Daniil Medvedev já pensa como número um

Russo salvou um match-point antes de defrontar Stefanos Tsitsipas nas meias-finais do Open da Austrália.

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Reuters/LOREN ELLIOTT

Será preciso sair de Melbourne com a Norman Brookes Challenge Cup nas mãos para Daniil Medvedev destronar Novak Djokovic do topo do ranking mundial. Nesta quarta-feira, o russo deu um passo importante nessa direcção ao sobreviver a um match-point durante os quartos-de-final que disputou com Felix Auger-Aliassime. E como é que o fez? “Pensei: ‘o que faria Novak?’”

Logo após cometer uma dupla-falta que colocou o canadiano a um ponto da vitória, a 4-5 (30/40) do quarto set, Medvedev disparou o seu serviço mais rápido no encontro, a 213 km/h, para anular o match-point. Mas o número dois do ranking ainda teve de trabalhar muito antes de se impor, por 6-7 (4/7), 3-6, 7-6 (7/2), 7-5 e 6-4, ao fim de 4h41m.

Auger-Aliassime serviu muito bem desde o início, foi ajudado por duas duplas-faltas do russo no tie-break do primeiro set e, nos dois seguintes, não enfrentou qualquer break-point. No jogo decisivo do terceiro set, e já com tecto da Rod Laver Arena encerrado, Medvedev serviu melhor, mas Auger-Aliassime não acusou essa melhoria. O canadiano de 21 anos só teve uma pequena quebra no início do quinto set, que lhe custou o break fatal, e teve o mérito de lutar até ao fim. Só que Medvedev anulou os seis break-points que enfrentou, até recuperar definitivamente, pela segunda vez na carreira, de 0-2 em sets.

“Não estava no meu melhor e o Felix estava a jogar de forma inacreditável. Não sabia o que fazer, mas disse a mim próprio que iria fazer como os melhores, como Novak, Rafa ou Roger, e fazê-lo trabalhar e lutar até ao último ponto. Consegui subir o meu nível e quando fecharam o tecto senti que o ‘momentum’ mudou, que as minhas bolas conseguiam penetrar mais no court. Houve mais pontos importantes além do match-point, mas lidei muito bem com eles”, resumiu Medvedev, no final do encontro em que ambos ganharam o mesmo número de pontos: 182.

Depois de se tornar no primeiro homem nesta edição do Open a vencer depois de perder os dois sets iniciais, Medvedev vai discutir um lugar na final de domingo com Stefanos Tsitsipas (4.º), numa reedição da meia-final do ano passado, ganha pelo russo, em três sets.

O grego de 23 anos nunca perdeu um quarto-de-final no Grand Slam e, ontem, assinou a melhor exibição no torneio para afastar o italiano Jannik Sinner (10.º), por 6-3, 6-4 e 6-2, num encontro em que não enfrentou quaisquer break-points.

No torneio feminino, cujas meias-finais se realizam na noite de quinta-feira (manhã em Portugal), mantém-se a possibilidade de haver uma final 100% norte-americana, entre Danielle Collins e Madison Keys. Mas esta última terá que ultrapassar a grande favorita, a australiana Ashleigh Barty, que só cedeu ainda 17 jogos em quatro rondas.

Collins (30.ª) repete a meia-final de 2021, depois de eliminar a francesa Alize Cornet (61.ª), por 7-5, 6-1, e garantir a entrada inédita no top 20. A norte-americana, que em Abril passado sofreu uma laparoscopia (para lhe retirarem um quisto dos ovários), defronta Iga Swiatek (9.ª). A polaca de 20 anos esteve muito irregular, mas, no set decisivo, teve mais frescura física para vencer, por 4-6, 7-6 (7/2) e 6-3, a estoniana de 36 anos Kaia Kanepi (115.ª) — a quinta tenista mais velha na Era Open a chegar aos quartos-de-final da prova —, que capitulou ao fim de três horas, ao cometer o 62.º erro não forçado.

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