Está para nascer a Dólitá, a revista lúdico-pedagógica feita a pensar nos mais pequenos

A revista bimestral quer ensinar o gosto pela leitura, espoletar o espírito criativo e a concentração dos mais pequenos, assim como melhorar a sua auto-estima e inteligência emocional, promete a fundadora, Mariana Soares.

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Em breve, nascerá uma nova revista infantil portuguesa lúdico-pedagógica. Pelas mãos da ilustradora Mariana Soares, a Dólitá quer ensinar o gosto pela leitura, espoletar o espírito criativo e a concentração dos mais pequenos, assim como melhorar a sua auto-estima e inteligência emocional. Serão 24 páginas de histórias, brincadeiras e exercícios a pensar nas crianças entre os três e os seis anos ─ uma faixa etária frequentemente negligenciada, na opinião da fundadora. O plano é lançar a primeira edição em Fevereiro, mas, para tal, é preciso financiamento.

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Em breve, nascerá uma nova revista infantil portuguesa lúdico-pedagógica. Pelas mãos da ilustradora Mariana Soares, a Dólitá quer ensinar o gosto pela leitura, espoletar o espírito criativo e a concentração dos mais pequenos, assim como melhorar a sua auto-estima e inteligência emocional. Serão 24 páginas de histórias, brincadeiras e exercícios a pensar nas crianças entre os três e os seis anos ─ uma faixa etária frequentemente negligenciada, na opinião da fundadora. O plano é lançar a primeira edição em Fevereiro, mas, para tal, é preciso financiamento.

Com um filho de quatro anos, a ilustradora, conta ao PÚBLICO (onde trabalhou durante dez anos, até 2018), que sente que há pouca oferta de revistas infantis ─ as poucas disponíveis no mercado, assinala, são direccionadas a crianças já em idade escolar, como as independentes Dois Pontos e Triciclo, aponta. No jardim-de-infância, o foco está no brincar e menos no aprender, lamenta. “Tenho a sensação que a partir dos seis anos é que começa a sério o aprender. A transição entre o pré-escolar e a primária não é suave. Esquecemo-nos de alimentar o conhecimento das crianças mais pequenas”, acredita.

Começou a testar alguns exercícios e brincadeiras com o filho Pablo e os seus amigos. O sucesso foi tal que, quando designer se viu desempregada, em 2019, começou a germinar o “bichinho” de lançar uma revista infantil. À semelhança de tantos outros pais, Mariana Soares ficou com o filho em casa durante os dois confinamentos e percebeu que são precisas mais ferramentas para entreter e estimular as crianças, bem como “ajudar a fugir dos ecrãs”.

Com a ajuda do jornalista e escritor Luís Leal Miranda, fundador da livraria independente Plutão, desenhou a revista lúdico-pedagógica Dólitá, inspirada em três pilares ─ ouvir, falar e brincar. Cada edição terá um tema e uma personagem residente que será comum. “É o Sr. Girassol que se vai adaptar às temáticas. As personagens costumam ser pessoas ou animais. Não temos a flora no universo infantil”, explica a ilustradora. A personagem trará à revista o tema ambiental e das alterações climáticas, que consideram crucial para os mais novos.

“A revista que solta a língua”

O primeiro exemplar é dedicado à amizade e conta com três ilustradores convidados, além de Mariana Soares: o holandês a viver no Porto, Ruud Hendriks, da Hey Hey Momo; Margarida Ferreira, da Amargooo; e a brasileira Yara Kono. A ilustração é um dos pontos fortes da Dólitá, que contará com histórias curtas para serem lidas pelos pais, bandas desenhadas mudas para a criança dar asas à imaginação (ou não fosse esta “a revista que solta a língua”), mas também espaços para colorir, jogos para descobrir as diferenças ou tentar ligar elementos.

Muitas actividades devem contar com a ajuda dos pais, mas, salienta Mariana Soares, o objectivo é que as crianças “se apropriem da revista de forma isolada”, para promover a independência dos mais pequenos. “É importante pôr nas mãos dos pequenos papel desde cedo, revistas, livros, cadernos de actividades, vale tudo”, sublinha. Por isso motivo, a Dolitá será em papel reforçado, impresso em risografia, resistente a qualquer brincadeira.

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Mariana Soares ainda tentou encontrar financiamento para o projecto, mas sem sucesso. Como tal, decidiu lançar uma campanha de crowdfunding para angariar os 2860 euros necessários à alavancagem da Dólitá. Quem contribuir com nove euros ─ o valor de cada exemplar bimestral ─ receberá a primeira edição, com portes grátis.

Há outros valores possíveis de donativo que vão dando acesso a novas regalias: dois exemplares por 18€; duas revistas e um poster em risografia por 24€; por 36€ além dos três elementos anteriores recebe um saco de algodão ilustrado; no patamar dos 45€ acresce a terceira revista; e nos 54€ são já quatro exemplares da Dólitá, assim como os brindes mencionados. É, ainda, possível a subscrição anual por 68€.

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Para o futuro da revista lúdico-pedagógica, Mariana Soares sonha integrá-la nos jardins-de-infância portugueses, para uma transição mais eficaz entre o pré-escolar e o 1.º ciclo do ensino básico. “A autoridade e a rigidez nunca beneficiam os miúdos. Enquanto esperamos essa tomada de consciência, nada nos impede de começarmos a mudança lá em casa, brincando mais, com a Dólitá”, termina a ilustradora.

Até lá, além da revista, a Dólitá irá funcionar também como estúdio, com projectos gráficos e de ilustração. Até 28 de Janeiro, quem quiser contribuir para o lançamento do projecto poderá fazê-lo através da plataforma PPL.