Madeira reduziu para cinco dias o isolamento de infectados. Espanha passa para sete dias

Passados cinco dias, e caso não tenham sintomas, as pessoas podem sair à rua desde que usem máscara. Os contactos de risco vacinados ficam dispensados de cumprir quarentena. Madeira juntou-se assim aos vários países que já reduziram o período de isolamento para os infectados com covid-19.

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Na Madeira, os vacinados que tiveram contacto com caso positivo para a covid-19 estão dispensados da quarentana Gregorio Cunha

A Região Autónoma da Madeira já actualizou as regras sanitárias para responder à rápida disseminação da Ómicron, reduzindo para cinco dias o período mínimo de isolamento dos infectados com aquela variante do novo coronavírus.

“O período mínimo é de cinco dias, se o indivíduo não apresentar sintomas ou se os sintomas foram resolvidos durante esse período”, esclarece a circular normativa daquele governo regional, para acrescentar que nos cinco dias seguintes, é necessário o uso de uma máscara “com capacidade de filtração mínima de uma máscara cirúrgica, bem ajustada”.

Se a pessoa apresentar sintomas da doença, porém, “o isolamento deve ser mantido até ao desaparecimento dos sintomas”.

Quanto ao isolamento profiláctico (quarentena) de pessoas que tiveram contactos de risco com casos positivos, o período mínimo é também encurtado para os mesmos cinco dias, mas apenas para as pessoas que não foram vacinadas contra a covid-19 ou já viram passar mais de seis meses após a segunda dose da vacina (ou mais de dois meses após a vacina da Janssen) e ainda não receberam a dose de reforço.

Já os vacinados com a dose de reforço (nos casos em que esta é recomendada) ficam dispensados de cumprir quarentena, sendo, no entanto, obrigadas ao uso de máscara quando perto de outras pessoas nos dez dias seguintes ao contacto.

A decisão foi aplaudida pelo epidemiologista Manuel Carmo Gomes. “Uma redução significativa do tempo que as pessoas estão em isolamento, se não forem cinco podem ser seis dias, parece-me razoável por várias razões, entre as quais termos começado a perceber que a Ómicron tem um tempo de incubação mais curto e que a evolução da doença é também mais curta”, reagiu em declarações à SIC, para considerar, de resto, que o país tem de começar a assumir que a Ómicron vai começar a circular “como qualquer constipação normal”.

“Querer travar a Ómicron é equiparável a querer travar as constipações de Inverno. E ninguém tem como ambição conseguir evitar a propagação das constipações no Inverno”, comparou, juntando-se assim aos vários especialistas que vêm defendendo desde há vários dias a necessidade de encurtar o tempo de isolamento para infectados e contactos de risco.

Apesar do aparente consenso, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) continua sem tomar qualquer decisão no sentido de alterar as regras de isolamento em Portugal continental. Ontem, a ministra da Saúde, Marta Temido, sustentou às televisões tratar-se de uma “decisão técnica”. “As autoridades de saúde estão a recolher a melhor informação, a trabalhar com outros países, e a verificar qual é a melhor solução para o nosso contexto epidemiológico”, declarou, para acrescentar que “se isso for possível, naturalmente que será uma boa notícia”.

Em Espanha, o isolamento também já foi encurtado. O Governo anunciou ao início da tarde desta quarta-feira que o isolamento de casos positivos passa a ser de apenas sete dias, em vez dos dez que vigoravam até aqui, desde que os infectados não apresentem sintomas. Os mesmos sete dias aplicam-se às pessoas não vacinadas que tenham tido um contacto de risco com um caso positivo. Trata-se, como justificou o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, de procurar “um equilíbrio entre saúde pública e mental e o crescimento económico”.

Na passada semana, recorde-se, Espanha já tinha decidido dispensar do isolamento profiláctico as pessoas vacinadas que tenham tido um contacto de risco com infectados.

De resto, o Reino Unido já reduziu o tempo de isolamento para sete dias, desde que o infectado consiga ter dois autotestes negativos dois dias seguidos. E, nos Estados Unidos, o tempo foi encurtado para os cinco dias, desde que a pessoa não apresente sintomas.

Do mesmo modo, França já anunciou que vai encurtar o período de isolamento quer para infectados, quer para contactos de risco, numa decisão que está ainda, porém, a aguardar o parecer das autoridades de saúde, que deverá ser conhecido no último dia do ano. Independentemente do número de dias, o executivo francês já assumiu que uma das suas preocupações, numa altura em que soma acima de 250 mil novos casos de contágio por cada 24 horas, é evitar o bloqueio de vários sectores-chave de actividade por falta de trabalhadores.

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