Herdeiros da Gucci dizem que o filme Casa Gucci os retrata como “bandidos”

O filme é centrado no assassinato do herdeiro da família, Maurizio Gucci, que foi baleado em 1995 no seu elegante escritório em Milão por um assassino contratado pela sua ex-mulher, Patrizia Reggiani.

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Salma Hayek, Jared Leto, Adam Driver e Lady Gaga na estreia, em Londres Reuters/HENRY NICHOLLS

Os herdeiros de Aldo Gucci, o homem que transformou a marca florentina num fenómeno global, não estão felizes com a forma como a sua família é retratada no filme Casa Gucci, de Ridley Scott, que estreou há uma semana em Portugal, e no qual actuam Lady Gaga, Adam Driver e Al Pacino.

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Os herdeiros de Aldo Gucci, o homem que transformou a marca florentina num fenómeno global, não estão felizes com a forma como a sua família é retratada no filme Casa Gucci, de Ridley Scott, que estreou há uma semana em Portugal, e no qual actuam Lady Gaga, Adam Driver e Al Pacino.

O filme é centrado no assassinato do herdeiro da família, Maurizio Gucci, que foi baleado em 1995 no seu elegante escritório em Milão por um assassino contratado pela sua ex-mulher, Patrizia Reggiani.

Jeremy Irons, que interpreta o patriarca Rodolfo Gucci, disse numa entrevista à Reuters, que a história era irresistível, chamando-a de “ousada, ousada e brilhante, italiana”. Os descendentes de Aldo Gucci, filho do fundador da empresa, Guccio Gucci, não concordam. “Apesar da afirmação de que a obra procura contar a ‘história verdadeira’ da família, o filme transmite uma narrativa que é tudo menos precisa”, declararam em comunicado.

A produção do filme não teve o cuidado de os consultar antes de descrever Aldo Gucci, presidente da empresa durante 30 anos, e os membros da família Gucci como bandidos que eram ignorantes e insensíveis ao mundo à sua volta. “Isso é extremamente doloroso do ponto de vista humano e um insulto ao legado no qual a marca foi construída.”

A família questiona sobretudo o papel de Patrizia Reggiani, interpretada por Lady Gaga, como uma “vítima que tenta sobreviver em uma cultura corporativa masculina e machista”. “Isso não poderia estar mais longe da verdade. Nos 70 anos de história em que a Gucci foi uma empresa familiar, ela sempre foi inclusiva. Na verdade, justamente nos anos 1980 (o contexto histórico em que o filme se passa) houve várias mulheres em posições de liderança, e não apenas membros da família”, acrescentam.

A família, que já não tem qualquer relação com a marca Gucci, agora parte da gigante francesa do luxo Kering, disse que se reserva o direito “de tomar as medidas necessárias para proteger o nome, a imagem e a sua dignidade e a dos seus entes queridos”.