Jorge Jesus sonha com a conquista da Taça de Portugal

Treinador do Benfica completa 400 jogos à frente da equipa frente ao Paços de Ferreira, numa noite em que vai tentar não pensar muito no encontro com o Barcelona, para a Champions.

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EPA/SERGEY DOLZHENKO

À beira de cumprir o 400.º jogo como treinador do Benfica, Jorge Jesus colocou, esta quinta-feira, em conferência de imprensa de antevisão ao jogo da quarta eliminatória da Taça de Portugal (sexta-feira, 20h45), os compromissos com o Paços de Ferreira e com o Barcelona (para a Liga dos Campeões, na terça-feira) no mesmo nível de empenho em que espera apresentar a equipa, reconhecendo, contudo, que é com a conquista da Taça que tem sonhado.

Mais perto do fim da conferência, Jesus admitiu que, a colocar todas as fichas num dos dois duelos, escolheria o jogo da Taça de Portugal, com os pacenses, o que traduz uma aposta forte no “onze” inicial, mesmo se condicionado por lesões e ausências importantes durante a semana de preparação.

O treinador do Benfica desvalorizou a questão dos 400 jogos ao leme dos “encarnados”, que vê como algo natural para quem está na oitava época ao serviço do clube, mas insuficiente para as metas traçadas, já que espera “continuar muitos mais anos”.

Ainda que indirectamente, depois de ter sido questionado sobre o futuro no Benfica - à boleia de um almoço com o presidente, Rui Costa - bem como sobre a possibilidade de voltar ao Flamengo, Jorge Jesus acabou por responder à questão, deixando para as revistas “cor de rosa” episódios como o de uma fotografia tirada noutro restaurante, que poderia dar pistas para o regresso ao Brasil.

Jorge Jesus tentou não se desviar demasiado do jogo com o Paços de Ferreira, adversário que enquadra no lote de equipas que, não alimentando aspirações em relação ao título de campeão nacional, acabam por tentar a sorte nas taças para enriquecerem os respectivos museus.

A qualidade dos “castores”, com internacionais como Eustáquio, e do próprio treinador, aumentam as dificuldades que o Benfica terá de enfrentar, mesmo actuando em casa, já que “não há segredos” para os treinadores portugueses, o que coloca qualquer disputa interna mais complicada sob esse prisma, pelo menos em relação aos adversários internacionais.

O Benfica poderá ter que resolver um dilema, já que discute com o Barcelona de Xavi o futuro na Champions, o que pode sugerir diferentes opções para enfrentar os pacenses. Isto para além das lesões e da disponibilidade física dos internacionais, especialmente dos retardatários. 

Sem Rodrigo Pinho, Diogo Gonçalves e, em especial Lucas Veríssimo, a questão dos defesas centrais (Otamendi chega directamente da selecção argentina) é óbvia e pode levar a alterações.

“Têm sido titularíssimos durante a maior parte dos jogos. O Lucas Veríssimo está de fora e o Otamendi também esteve ausente... É natural que possamos jogar noutro sistema. Trabalhámos durante a semana a pensar nisso”, assume Jorge Jesus, respondendo de alguma forma aos anseios de Jorge Simão, técnico pacense, que na abordagem ao jogo da Luz disse estar na dúvida quanto aos nomes do onze benfiquista.

Jorge Simão falou em “extremo rigor” e em entre “cinco a dez por cento” de probabilidades de sucesso, deixando uma fatia à consideração da sorte “por vezes decisiva”.

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