Ricardo Ladeira vence Prémio da Bienal Eixo Atlântico

O vencedor foi anunciado na manhã deste sábado no Braga em Risco – Encontro de Ilustração.

Foto
DR

Foram 17 os finalistas da primeira edição do concurso da Bienal Eixo Atlântico 2021, que junta a Escola Superior de Design do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e a Associação Galega de Profissionais da Ilustração. Ilustradores nacionais e internacionais responderam à proposta da Câmara Municipal de Braga de representarem o património material e imaterial do território do eixo atlântico do Noroeste peninsular.

O talento de Ricardo Ladeira, natural do Porto (n. 1992) e licenciado em Arte e Design pela Escola Superior de Educação de Coimbra, levou-o a ganhar os oito mil euros do prémio. Os seus três trabalhos representam Hércules e o Gigante, Careto e Cigarrón e Senhor de Matosinhos. A iniciativa  completa-se com um catálogo e uma exposição dos concorrentes finalistas, inaugurada no Braga em Risco – Encontro de Ilustração logo após ter sido revelado o vencedor.

Foto
DR
Foto
DR

Assim, até dia 21 de Novembro, os trabalhos dos ilustradores finalistas podem ser vistos na Galeria do Paço da Reitoria da Universidade do Minho. São eles, além de Ricardo Ladeira: Carlo Giovani, Constança Duarte, Eva Evita, Fedra Santos, Gémeo Luís, João Costa, João Vaz de Carvalho, Jorge Margarido, Liz França, Mariana Gusmão (Nana), Nanem, Pedro Velho, Rachel Caiano, Rita Terra, Sara Frágil e Sérgio Ribeiro.

Fizeram parte do júri Paula Tavares (directora da Escola Superior de Design do IPCA), Marta Madureira (directora e docente do mestrado em Ilustração e Animação do IPCA), Pedro Seromenho (curador do Braga em Risco), Manel Cráneo (presidente da Associação Galega de Profissionais da Ilustração) e Miguel Bandeira (da Câmara Municipal de Braga). A qualidade dos trabalhos participantes levou a que os jurados atribuíssem três menções honrosas: a Carlo Giovani, João Vaz de Carvalho e a Jorge Margarido.

Foto
Logótipo do Prémio da Bienal Eixo Atlântico 2021 Soraia O. & Hélder Barbosa

A arte é sempre grande

Ricardo Ladeira mostrou-se perplexo. “Não há engano?”, perguntou. “É que o João Vaz de Carvalho também era finalista…” Afirmação que justificaria mais adiante, após agradecer, dizendo: “Para quem está a construir uma casa, este valor ajuda bastante.”

O ilustrador contou como em tempos, na faculdade, ao lhe ser pedido para fazer um trabalho sobre um pintor, Ricardo escolheu precisamente João Vaz de Carvalho. “A professora não quis considerá-lo como pintor. Gerou-se uma discussão à volta da pintura e ilustração.”

A verdade é que o resultado desse exercício académico continua exposto em Coimbra. “Estar nomeado com ele [João Vaz de Carvalho] significa muito para mim e que isto… dá muitas voltas”, disse na Galeria do Paço da Reitoria da Universidade do Minho. Pedro Seromenho, o curador do Braga em Risco aproveitaria este episódio para lembrar à audiência “que não há arte menor ou maior, mas apenas arte, que é sempre grande”.

Não é a primeira vez que Ricardo Ladeira é distinguido em concursos de ilustração: venceu a terceira edição do Prémio de Literatura Infantil do Pingo Doce (2016) e o concurso Lusófono da Trofa 2020. Foi também finalista do concurso New Talent NIT.

A propósito do livro que recentemente assinou com David Machado, O Meu Cavalo Indomável (edição da Caminho), perguntámos-lhe quem era Ricardo Ladeira. Foi esta a resposta que nos enviou por email: “Uma ladeira é um caminho inclinado e tanto se pode subir ou descer, eu quero continuar a subir e ver o que está lá em cima.” Subiu mais um pouco.

Sugerir correcção
Comentar