António Côrte-Real celebra 25 anos de carreira e exorciza a pandemia com Tiro os olhos do chão

Guitarrista dos UHF desde 1996 e também compositor, António Côrte-Real já participou em dezenas de discos, não só da célebre banda de Almada, mas também de projectos que fundou, como as bandas Revolta, União das Tribos ou o Côrte-Real Trio. Agora prepara o primeiro disco a solo, uma forma de assinalar os seus 25 anos de carreira, estreando já esta sexta-feira Tiro os olhos do chão, a primeira canção (com videoclipe) do álbum que chegará às lojas e às plataformas digitais no dia 4 de Fevereiro de 2022 e que tem já um concerto de apresentação marcado para dia 5 desse mesmo mês na Boutique da Cultura, em Lisboa. O nome pelo qual é conhecido, e isso é já visível nesta canção, também muda: António passa a Cörte-Real.

Nascido em Setúbal, a 2 de Fevereiro de 1976, filho do fundador dos UHF António Manuel Ribeiro, Cörte-Real aprendeu a tocar guitarra aos 12 anos e, entre os guitarristas que considera seus “heróis” contam-se João Cabeleira, Jimmy Page, Jimi Hendrix, Billy Duffy, Eric Clapton ou The Edge. O disco que agora começa a conhecer-se foi gravado durante a pandemia, e Cörte-Real teve de vender uma guitarra para financiar os trabalhos, como o próprio reconhece em declarações publicadas no texto que anuncia este single: “Sem concertos e sem saber quanto tempo iria a pandemia perturbar a vida normal de todos ligados à música, optei por vender uma guitarra para minimizar o risco do investimento. Era a guitarra ou o disco, optei pelo disco.” A letra de Tiro os olhos do chão é de Bruno Celta (que a canta no single e no videoclipe) e a música, nitidamente rock, é de Cörte-Real (guitarra). Na bateria e no baixo estão, respectivamente, Nico Guedes e Nuno Correia. A canção reflecte os tempos da pandemia: “Contemplo a solidão/ Sinto o sufoco nesta imensidão/ Palavras ao vento/ Vejo o futuro, agarro o momento// Tiro os olhos do chão/ Grito e juro que não/ Sempre pronto a partir/ Sou o último a rir.”