Ney Matogrosso: Um corpo transgressor, um espírito contestatário

Ney à Flor da Pele, documentário integrado na programação do IndieLisboa, recupera o percurso criativo do cantor brasileiro que trouxe a androginia e a homossexualidade para a arena política em plena ditadura militar.

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Pedro Gomes/Redferns

Nem a editora dos Secos & Molhados estava a contar com o sucesso astronómico do grupo brasileiro. Numa primeira fase, a extinta Continental encomendou apenas 1500 cópias do seu primeiro álbum, disco homónimo de 1973 que teve a ousadia de juntar vestígios da música tradicional portuguesa e do movimento tropicalista à linguagem do glam rock e da folk. Mas a procura foi incrivelmente superior, pelo que a empresa derreteu discos de outros artistas e até recorreu a fábricas de outras editoras para produzir mais LP e repor o stock. “Naquela altura, vender 150 mil [cópias] era muita coisa aqui no Brasil. Esses caras venderam um milhão. Nem o Roberto Carlos vendia isso”, diz ao Ípsilon o jornalista carioca Rodrigo Faour, autor de livros como História sexual da MPB: a evolução do amor e do sexo na canção brasileira.

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