Como consequência da pandemia de covid-19, “números do sector do fitness e saúde dificilmente poderiam ser piores”

De 2019 para 2020 fecharam 300 clubes e o volume de facturação caiu de 289.371 para 167.408 euros. Já a capacidade de reter praticantes desceu de 40% para uns inéditos 2%.

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O sector dos ginásios perdeu quase metade do volume de facturação, enquanto as mensalidades baixaram 20% e 15% dos trabalhadores estarão no desemprego Nelson Garrido

A Portugal Activo - Associação de Clubes de Fitness e Saúde (Agap), que representa as empresas de ginásios, divulgou, esta quarta-feira, o barómetro anual e alerta que a pandemia fez desaparecer quase 30% dos espaços de exercício físico.

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A Portugal Activo - Associação de Clubes de Fitness e Saúde (Agap), que representa as empresas de ginásios, divulgou, esta quarta-feira, o barómetro anual e alerta que a pandemia fez desaparecer quase 30% dos espaços de exercício físico.

A associação revela, num comunicado a que a Lusa teve acesso, que houve uma acentuada quebra no volume de facturação, no número de trabalhadores, no valor médio das mensalidades e na taxa de retenção dos clubes. “Os números do sector do fitness e saúde dificilmente poderiam ser piores. Perdeu-se quase metade do volume de facturação, enquanto as mensalidades baixaram 20% e 15% dos trabalhadores estarão no desemprego.”

De acordo com o mesmo documento, elaborado pela Agap com o Centro de Estudos Económicos e Institucionais da Universidade Autónoma de Lisboa, “os ginásios viram a sua capacidade de reter praticantes descer de 40% para uns inéditos 2%”.

O presidente da Portugal Activo, José Carlos Reis, reiterou que “2020 foi definitivamente um dos piores anos de que há memória”, com o barómetro a revelar que de 2019 para 2020 fecharam 300 clubes e o volume de facturação caiu de 289.371 euros para 167.408 euros. 

No entanto, não é apenas a saúde financeira que preocupa o dirigente associativo, chamando a atenção para o facto de estar em causa a saúde dos portugueses. “Os portugueses estão mais sedentários, portanto mais vulneráveis a doenças do foro neuropsicológico ou cardiovasculares, isto num período em que nunca o exercício físico foi tão importante a vários níveis.”

Para José Carlos Reis, “é urgente que os nossos governantes entendam estes resultados como muito mais do que um sector em perda”. “Estes números dizem-nos que a população portuguesa está a piorar as suas condições de vida com este crescente índice de inactividade física”, observa, deixando o apelo: “chegou o momento de passar das intenções aos actos”.