São Luiz regressa em Setembro com Pais & Filhos de Pedro Penim

Escrita e encenada por Pedro Penim a partir do romance de Turgueniev, a estreia da peça, a 15 de Setembro, marca o início da nova temporada do teatro municipal de Lisboa.

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pedro cunha / arquivo

A estreia das peças Pais & Filhos, de Pedro Penim, e Sou Uma Ópera, Um Tumulto, Uma Ameaça, de Cristina Carvalhal, vão marcar a rentrée, em Setembro, do São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, cuja programação inicial foi anunciada esta terça-feira.

O tema da abolição da família está no centro de Pais & Filhos, escrito por Pedro Penim a partir do clássico russo de 1862, de Ivan Turgueniev, que dá título ao espectáculo, cuja estreia está prevista para o próximo dia 15 de Setembro.

​​Com texto e encenação de Pedro Penim, fundador do Teatro Praga, a peça, cujo texto foi também influenciado pela obra da feminista Sophie Lewis, conta com interpretações de Ana Tang, Bernardo de Lacerda, David Costa, Diogo Bento, Hugo van der Ding, Joana Barrios, João Abreu, Pedro Penim e Rita Blanco.

Uma semana depois, a 22 de Setembro, estreia-se Sou Uma Ópera, Um Tumulto, Uma Ameaça, de Cristina Carvalhal, que é “uma história com outras histórias dentro”. Descrita ainda pela produção como “uma fantasia, uma paisagem mental”, é baseada em O Mundo Ardente, da escritora americana de origens norueguesas Siri Hustvedt. A peça tem interpretação de Inês Rosado, Manuela Couto, Rosinda Costa e Sílvia Filipe.

Nesta temporada 2021-2022 – de que ainda só foi revelada a programação de Setembro –, os conteúdos para crianças começam com música de Joana Gama, cujo concerto As Árvores Não têm Pernas para Andar, destinado a um público entre os três e os seis anos, será apresentado de 18 a 26 de Setembro.

Também para os mais novos, no quadro da programação Fora de Portas, Cláudia Gaiolas leva à Estufa Fria, com entrada livre, duas peças sobre “anti-princesas”, no âmbito da série dedicada a “heroínas da vida real que desafiaram cânones e revolucionaram o mundo através da arte, literatura ou política”.

Anti-princesas – Leonor, Marquesa de Alorna tem como protagonista a aristocrata e escritora Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre (1750-1839), cuja infância foi marcada pela execução pública dos seus avós, os marqueses de Távora, acusados de um suposto atentado contra o rei D. José, e pelo enclausuramento de toda a família. Então com oito anos, Leonor foi enviada para o convento de São Félix, em Chelas, onde permaneceu até aos 26 anos, tornando-se depois uma escritora consagrada.

A 18 e 19 de Setembro, no mesmo espaço, Cláudia Gaiolas irá evocar a vida de outra mulher portuguesa que marcou a História de Portugal: Carolina Beatriz Ângelo, médica e feminista que foi a primeira mulher a votar no país, em 1911. A lei portuguesa da época determinava que só podiam votar cidadãos maiores de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família, mas o facto de ser viúva e ter de sustentar a sua filha permitiu-lhe invocar em tribunal o direito de ser considerada chefe de família. As duas peças são co-produzidas com o Teatro Municipal do Porto e o Teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser.

Na programação inicial da temporada do S. Luiz estão ainda agendadas duas “visitas-espectáculo”, a 25 e 26 de Setembro, em vários espaços do teatro, com Os Sapatos do Sr. Luiz, de Madalena Marques e Susana Pires, com interpretação de Sofia Cabrita.

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