Que farei eu com todo este poder? (Parte II)

A impotência de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, a dupla de políticos mais potentes desde 1991, é uma tremenda frustração.

Dá-se este perturbante paradoxo: António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa são a dupla política mais poderosa deste país dos últimos 30 anos (a única concorrência é Cavaco/Soares, na época das duas maiorias absolutas do PSD), e pura e simplesmente não se vislumbra o que querem eles fazer com esse poder, e quais as suas visões transformadoras do país. Não há sinal mais profundo, e mais assustador, deste nosso regime em processo de esgotamento, incapaz de enfrentar os seus problemas estruturais, de se libertar dos constrangimentos interiores e de ambicionar mais do que a mera gestão do que vai acontecendo, pintalgada com três ou quatro proclamações vazias sobre o futuro (a “descarbonização”, as “qualificações”, a “digitalização”, o “mar”), para distrair incautos.

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Dá-se este perturbante paradoxo: António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa são a dupla política mais poderosa deste país dos últimos 30 anos (a única concorrência é Cavaco/Soares, na época das duas maiorias absolutas do PSD), e pura e simplesmente não se vislumbra o que querem eles fazer com esse poder, e quais as suas visões transformadoras do país. Não há sinal mais profundo, e mais assustador, deste nosso regime em processo de esgotamento, incapaz de enfrentar os seus problemas estruturais, de se libertar dos constrangimentos interiores e de ambicionar mais do que a mera gestão do que vai acontecendo, pintalgada com três ou quatro proclamações vazias sobre o futuro (a “descarbonização”, as “qualificações”, a “digitalização”, o “mar”), para distrair incautos.