Sondagem: Medina ganha em Lisboa e está no limiar da maioria absoluta

Carlos Moedas repete o pleno da votação da direita em 2017.

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Fernando Medina na apresentação da sua candidatura LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

A dois meses das autárquicas de 26 de Setembro, Lisboa não será palco de reviravoltas. Fernando Medina volta a ganhar a câmara mas, mais uma vez, e a aplicação do método de Hondt permite verificar que estará, com este resultado, no limiar da maioria absoluta.

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A dois meses das autárquicas de 26 de Setembro, Lisboa não será palco de reviravoltas. Fernando Medina volta a ganhar a câmara mas, mais uma vez, e a aplicação do método de Hondt permite verificar que estará, com este resultado, no limiar da maioria absoluta.

Com 42% das intenções de voto, o que equivale à mesma percentagem de há quatro anos, o actual presidente da Câmara Municipal de Lisboa tem o triunfo assegurado. Em último caso, para governar a cidade precisará de uma coligação pós-eleitoral à esquerda, a juntar aos votos do PS e do Livre.

Neste campo, de acordo com a sondagem divulgada esta sexta-feira pelo semanário Expresso, estará em perspectiva uma alteração de posições entre comunistas e bloquistas. O cabeça de lista e eurodeputado do PCP, João Ferreira, terceiro em 2017, será ultrapassado pela candidata e deputado do Bloco de Esquerda, Beatriz Dias.

No estudo do ISCTE/ICS, é de dois pontos a vantagem dos bloquistas — 8% a 6% , enquanto os comunistas perderiam 3,5 pontos, depois de terem alcançado nas passadas eleições autárquicas 9,5%. À partida, não se afigura difícil a tarefa de Medina, pois PCP e BE já assumiram a sua disponibilidade em contribuir para maiorias, que excluam os partidos da direita. Com as intenções de voto divulgadas, Medina consegue a eleição de oito vereadores.

Moedas segura eleitorado

Sintomático é também o resultado de Carlos Moedas. Com 31% das intenções de voto, reedita o resultado da soma do PSD e do CDS em 2017 (11,2% de Teresa Leal Coelho e 20,5% de Assunção Cristas), no que, então, foi o descalabro laranja na capital e lançou o efémero sonho centrista de liderar a direita.

Este resultado demonstra uma fixação do eleitorado da direita em Lisboa, tanto mais que as candidaturas da Iniciativa Liberal e do Chega, respectivamente com 2% e 4%, não têm possibilidade de chegar à vereação. Por seu lado, Manuela Gonzaga, do PAN, fica no patamar entre a IL e o partido de Ventura, com 3%.

Na análise ao mandato do actual presidente da Câmara de Lisboa, 63% dos inquiridos avaliam como positiva a gestão da pandemia. Se, numa escala de zero a dez, Fernando Medina obtém um resultado folgado (6,3) na gestão dos transportes e dos espaços públicos (6,2), o pior resultado advém no combate à corrupção, com uma avaliação de 3,2 e nos impostos e taxas municipais, com 3,4. No balanço final, o presidente do município lisboeta está no limiar da negativa, com 4,9, a uma décima do meio da tabela

Sobre a influência do envio pelos serviços da edilidade de dados pessoais de manifestantes a embaixadas estrangeiras, suscitado pela divulgação do caso que envolveu a embaixada da Federação Russa, 55 % dos inquiridos consideram que tal facto foi suficiente para mudar para pior a opinião sobre a gestão camarária. 

O trabalho de campo para esta sondagem decorreu entre os dias 3 e 18 de Julho de 2021. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e do Instituto Universitário de Lisboa. Foram contactados 2744 lares elegíveis e obtidas 803 entrevistas válidas. A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de 803 inquiridos é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95%.