PSD vai apresentar diploma para proteger os agredidos em casos de “bullying” entre alunos

Rui Rio entende que é preciso dar mais mais visibilidade ao problema das agressões físicas ou psicológicas nas escolas.

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Rui Rio visitou uma instituição social e uma escola no dia da Criança LUSA/ANDRÉ KOSTERS

O PSD vai entregar no Parlamento um projecto de lei para proteger os jovens vítimas de agressão ou assédio em contexto escolar, anunciou nesta terça-feira o líder do partido, Rui Rio, que defendeu mais visibilidade ao problema.

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O PSD vai entregar no Parlamento um projecto de lei para proteger os jovens vítimas de agressão ou assédio em contexto escolar, anunciou nesta terça-feira o líder do partido, Rui Rio, que defendeu mais visibilidade ao problema.

“Estamos a colher essa informação para que dentro de algum tempo, uma ou duas semanas, apresentar na Assembleia da República um projecto-lei que ajude a resolver estas situações. Entre jovens, precisa de protecção o agressor e o agredido, mas não vamos inverter as prioridades. Em primeiro lugar, precisa de protecção o agredido e é isso que temos de consubstanciar na lei”, disse.

O líder do PSD reuniu-se hoje com o pai do jovem que foi atropelado na quinta-feira quando estava a ser vítima de "bullying” dos colegas e com a directora do agrupamento escolar, na Escola Básica Dr. António Augusto Louro.

“O pai queixa-se da incapacidade da lei. Faz uma queixa na Polícia, no Ministério Público e junto da Escola e acha que as coisas andam devagar demais, não andam ou a dada altura parece que querem proteger mais o agressor do que quem foi agredido”, vincou.

Rui Rio considera que o Governo pouco tem feito sobre uma matéria que merece ter mais atenção por parte das entidades competentes.

“A nossa primeira intenção é dar visibilidade a um problema que existe. O próprio Governo reconheceu que existe e formou por isso um grupo de trabalho em 2019 que, até ver, não tem nenhum resultado prático. Desconhecemos completamente que possa ter feito alguma coisa”, acusou.

O presidente dos social-democratas admitiu que “é muito difícil legislar nesta situação porque o “bullying” muitas das vezes não chega à agressão física, fica-se pela agressão psicológica e silenciosa, que é grave para o futuro das crianças”, preocupação que foi manifestada pelo pai do jovem aluno que foi atropelado à saída da Escola na Arrentela.

Mais tarde, após o encontro com a direcção da Escola Básica Dr. António Augusto Louro, em que esteve reunido durante mais de uma hora com a direcção do agrupamento, Rui Rio partilhou também o que lhe foi transmitido.

“A escola queixa-se de falta de meios, que o Ministério da Educação prometeu e está sempre a dizer que existem, para lutar contra estas situações de violência entre os jovens. Tem de haver apoio, umas escolas estão pior e outras menos mal, mas está muito longe de ser aquilo que o Ministério da Educação diz que existe”, referiu.

O dirigente do PSD revelou que as conclusões do processo disciplinar referente ao episódio de “bullying” será, segundo lhe foi transmitido, conhecido muito em breve.

“A Escola disse-me que o processo disciplinar está concluído e amanhã (quarta-feira) há a reunião final para aprovar o processo disciplinar. Devo confessar, que até vinha a contar com uma notícia ao contrário”, disse.