O diletante e as cinco mulheres

Divertida, truculenta, uma meta-comédia de costumes rodada em plena pandemia, que faz pensar em Molière, Oliveira e Eugène Green em décors naturais canadianos.

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“És imaturo e tens orgulho em sê-lo!” É isto que às tantas uma de cinco mulheres — a irmã, a esposa, a amante, a criada e a inspectora dos impostos — diz a Antonin, diletante de boas famílias, aldrabão, ladrão, pinga-amor, homem em fuga para a frente (de si próprio ou da sociedade?). É uma boa súmula do que se passa em Higiene Social, objecto muito divertido, muito truculento e muito inteligente rodado ao ar livre canadiano durante a pandemia de covid-19 por Denis Côté. Uma espécie de comédia de costumes teatral que faz pensar em Molière ou Marivaux, Oliveira ou Eugène Green, onde se discute teologia e hamburgers, a combustão espontânea e os halterofilistas islandeses, linguagem do Século das Luzes colocada nos dias de hoje numa série de tableaux formais que usam a seu favor, com grande elegância e humor, os constrangimentos que o coronavírus impôs.

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“És imaturo e tens orgulho em sê-lo!” É isto que às tantas uma de cinco mulheres — a irmã, a esposa, a amante, a criada e a inspectora dos impostos — diz a Antonin, diletante de boas famílias, aldrabão, ladrão, pinga-amor, homem em fuga para a frente (de si próprio ou da sociedade?). É uma boa súmula do que se passa em Higiene Social, objecto muito divertido, muito truculento e muito inteligente rodado ao ar livre canadiano durante a pandemia de covid-19 por Denis Côté. Uma espécie de comédia de costumes teatral que faz pensar em Molière ou Marivaux, Oliveira ou Eugène Green, onde se discute teologia e hamburgers, a combustão espontânea e os halterofilistas islandeses, linguagem do Século das Luzes colocada nos dias de hoje numa série de tableaux formais que usam a seu favor, com grande elegância e humor, os constrangimentos que o coronavírus impôs.