A frase

“Pedro Pinho é portista, é sócio do FC Porto e não tem nenhum cargo no FC Porto. É empresário de futebol e trabalha com muitos clubes e não só com o FC Porto”

Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto

O contexto

O incidente registado no final do jogo entre Moreirense e FC Porto, em Moreira de Cónegos, na passada segunda-feira, atraiu as atenções sobre Pedro Pinho, empresário de jogadores. O agente, que estava junto a Pinto da Costa no exterior do recinto, é acusado de agressão por um repórter da TVI e a sua presença na partida, enquanto espectador, lançou dúvidas sobre a relação que mantém com os “dragões”. Que tipo de ligações tem ao clube? Quão próximo é da direcção? Estava integrado na comitiva “azul e branca" no Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas? Estas foram questões levantadas nos últimos dias.

Os factos

Pedro Pinho é adepto e associado do FC Porto e um frequentador relativamente assíduo dos jogos dos “dragões”. Tem uma relação de alguma proximidade com a direcção do clube, na medida em que foi sócio de Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente dos “azuis e brancos”, na empresa Energy Soccer, que negociou futebolistas como Atsu ou Carlos Eduardo. Foi enquanto representante desta agência que, em 2014, se viu acusado por outro empresário de ameaças à integridade física, sendo que o diferendo foi resolvido sem chegar a tribunal.

Em Dezembro de 2016, Pedro Pinho deixou a Energy Soccer e hoje intervém no mercado de transferências em nome da PP Sports, agência que, entre outros, intermediou os negócios de Saidy Janko, Juan Quintero ou Ricardo Pereira. Esteve também presente na polémica festa de aniversário que juntou Uribe, Marchesín, Luis Díaz e Saravia em Novembro de 2019 e que valeu castigos disciplinares aos jogadores, por violação do regulamento interno. 

Em Moreira de Cónegos, ao contrário do que chegou a ser sugerido, Pedro Pinho não esteve presente no camarote reservado aos dirigentes do FC Porto. Quem o confirmou foi o próprio presidente do Moreirense, Vítor Magalhães: “O Moreirense cedeu um convite, não foi atrás do Pedro Pinho para o convidar, ele é que pediu. Nunca fez um negócio connosco. Nesta altura de pandemia, o Moreirense não convida ninguém”, vincou. 

“Temos direito a oito convites. São 16 credenciais, mandámos oito convites ao FC Porto e nós temos direito a outros oito. Através de uma mensagem, dele ou alguém próximo dele e de nós, perguntaram se havia hipótese de ceder uma credencial. Perguntei ao responsável por esse departamento se sobrara. Tínhamos uma de sobra e cedemos. Não é a primeira vez que o Pedro Pinho vem a Moreira de Cónegos acompanhar o FC Porto, nem será a última. Todos sabem que ele é do FC Porto, próximo do clube”, acrescentou.

Em resumo

É verdade que Pedro Pinho tem uma ligação afectiva e profissional ao FC Porto, tendo em conta que é adepto do clube e intermediário nalguns negócios que envolvem os “dragões” (tal como é intermediário em negócios de outros clubes), mas é falso que tenha presenciado o jogo com o Moreirense a convite dos “azuis e brancos” ou no espaço reservado para a comitiva visitante.