Julgamento de Rui Pinto regressa esta quinta-feira

Sessões do processo Football Leaks foram interrompidas em Janeiro. Denunciante está acusado de 90 crimes.

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Rui Pinto começou a ser julgado em Setembro de 2020 MáRIO CRUZ/Lusa

Esta quinta-feira regressa ao banco dos réus o denunciante Rui Pinto, quase três meses após a última sessão de julgamento no processo Football Leaks. A interrupção, motivada pelas restrições impostas no combate à pandemia, chega ao fim, informou esta quarta-feira o juiz presidente do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, Artur Cordeiro, em comunicado.

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Esta quinta-feira regressa ao banco dos réus o denunciante Rui Pinto, quase três meses após a última sessão de julgamento no processo Football Leaks. A interrupção, motivada pelas restrições impostas no combate à pandemia, chega ao fim, informou esta quarta-feira o juiz presidente do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, Artur Cordeiro, em comunicado.

Para o primeiro dia no regresso do processo – em que Rui Pinto é acusado da autoria de 90 crimes – está agendada a audição de Ricardo Negrão, director de Sistemas e Tecnologias de Informação da sociedade de advogados PLMJ, empresa que sofreu um ataque informático alegadamente cometido por Rui Pinto. A audição do funcionário da PLMJ terá início pelas 9h30.

O regresso à sala de tribunal dá-se ainda após a reabertura das investigações às ligações entre Polícia Judiciária (PJ) e o fundo de investimento Doyen, durante a investigação que levou à detenção do hacker em Budapeste, em Janeiro de 2019.

Como o PÚBLICO noticiou a 25 de Março, o Ministério Público decidiu retomar a investigação à actuação da PJ no caso, depois de um arquivamento inicial à denúncia feita por Ana Gomes. A ex-eurodeputada usou nesta queixa as informações transmitidas por Rui Pinto, durante uma visita à prisão em que o hacker esteve em prisão preventiva durante mais de um ano.

Rui Pinto responde por um crime de tentativa de extorsão, seis de acesso ilegítimo, 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência e um de sabotagem informática.

O segundo arguido neste processo, o advogado Aníbal Pinto, é acusado de um crime de extorsão na forma tentada.

Após estar em prisão preventiva entre Março de 2019 e Abril de 2020, Rui Pinto começou a colaborar com a PJ, cedendo o acesso aos ficheiros que estavam nos discos encriptados apreendidos na Hungria. O denunciante encontra-se agora em localização não revelada, numa casa vigiada constantemente pela polícia. 

Já foram ouvidas neste processo testemunhas como Jorge Jesus, Bruno de Carvalho e o antigo responsável pelo fundo de investimento Doyen, o empresário Nélio Lucas. Falta ainda serem chamadas a tribunal muitas personalidades. Da lista de testemunhas de Rui Pinto constam nomes como os denunciantes Edward Snowden e Antoine Deltour. Também será ouvido Luís Neves, director nacional da PJ.