A improvável amizade entre uma reformada francesa e um estudante britânico

Jacqueline tem 98 anos e Elliot tem 20. Não vivem no mesmo país, nem se conhecem pessoalmente, mas todas as segundas-feiras falam via Skype. Uma amizade improvável que nasceu da pandemia e do projecto Share Ami.

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Reuters/STRINGER
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Para Jacqueline Tolu, uma francesa de 98 anos, e Elliot Bellman, um estudante de 20 anos a viver em casa dos pais, em Inglaterra, a pandemia da covid-19 alterou-lhes a vida, mas também conduziu a uma amizade improvável. Jacqueline tem suportado o isolamento no lar onde vive, perto de Paris, com as visitas limitadas durante a pandemia, enquanto os planos de Elliot de ir este ano para França estudar francês foram alterados pelo vírus.

Nos últimos seis meses, os dois têm tido conversas semanais via Skype, proporcionadas por um projecto chamado Share Ami que junta pessoas idosas a estudantes de línguas.

Agora, Jacqueline tem alguém com quem falar e aliviar a solidão e Elliot tem uma oportunidade de praticar o seu francês com um falante nativo. E, além disso, os dois deram-se logo bem. “Estava nervoso por conhecer uma nova pessoa, de uma geração completamente diferente, cultura diferente, língua diferente”, disse Elliot, que está no terceiro ano de estudos de francês, espanhol e japonês na universidade britânica de Warwick.

“Mas assim que comecei a falar com ela, percebi que é muito engraçada, mantém a conversa a decorrer facilmente”, afirmou. “Criámos uma amizade.”

Na chamada semanal das segundas-feiras, Elliot telefonou do quarto, na casa dos pais em Kent, no sul de Inglaterra, onde tem passado a pandemia. Jacqueline juntou-se, sentada numa cadeira de rodas no lar em Bonneuil-sur-Marne.

Elliot mostrou a Jacqueline um ganso, feito em origami por si, ela perguntou como estavam a correr os estudos japoneses e recordou como foi viver a invasão do Dia D, em 1944, sendo uma jovem rapariga a viver perto das praias onde aconteceu o desembarque na Normandia.

Jacqueline confessou que as suas conversas lhe permitem, pelo menos psicologicamente, escapar dos limites do lar durante algum tempo, todas as semanas. “Dá-me muito prazer”, revelou.

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