Num centro do Porto cada vez mais vazio, as crianças já não enchem escolas

O esvaziamento populacional nesta área remonta ao início dos anos 80, altura em que muitas famílias rumaram à periferia. Mas, se antes era gradual, o processo escalou claramente com o boom turístico e económico dos últimos anos. Com cada vez menos moradores e poucas crianças no centro histórico do Porto, as escolas básicas que, em tempos, acolheram centenas de alunos, lutam pela sobrevivência a cada ano lectivo.

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Paulo Pimenta

Vânia Santos lembra-se do tempo em que os alunos da Escola Básica de São Nicolau, no coração do Porto, aguardavam a saída da turma da manhã para poderem entrar nas salas. Em 2006, ainda havia crianças suficientes para os dois horários. “Tinha de pedir à colega para se despachar, porque estava na hora de entrar com os meus miúdos”, recorda a professora ao PÚBLICO. Na altura, as turmas de primeiro ciclo tinham “mais de 18 alunos” e havia, ainda, “duas salas de pré-primária com 24 alunos cada”. Com o passar do tempo, “começou a haver alguma agitação” entre pais e avós que iam levar os netos à escola. “Diziam que os senhorios queriam fazer restauros e que se calhar iam ter de mudar”, relata.

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Vânia Santos lembra-se do tempo em que os alunos da Escola Básica de São Nicolau, no coração do Porto, aguardavam a saída da turma da manhã para poderem entrar nas salas. Em 2006, ainda havia crianças suficientes para os dois horários. “Tinha de pedir à colega para se despachar, porque estava na hora de entrar com os meus miúdos”, recorda a professora ao PÚBLICO. Na altura, as turmas de primeiro ciclo tinham “mais de 18 alunos” e havia, ainda, “duas salas de pré-primária com 24 alunos cada”. Com o passar do tempo, “começou a haver alguma agitação” entre pais e avós que iam levar os netos à escola. “Diziam que os senhorios queriam fazer restauros e que se calhar iam ter de mudar”, relata.