Aliaksei Paluyan: “Ter coragem é ter medo e apesar disso não baixar os braços”

Na Berlinale, o bielorrusso Aliaksei Paluyan estreia Courage, documentário que começou por ser sobre a sobrevivência do artista e acabou como testemunho da resistência ao regime de Lukashenko.

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No que parece ser um velho armazém abandonado, com um palco improvisado, alguns actores ensaiam uma cena perante um encenador que, à distância, através da câmara do computador, faz correcções, alterações, sugestões. “Tudo parece estar bem, não parece?” sorri por Zoom o bielorrusso Aliaksei Paluyan (Baranovitchi, 1989). “Dir-se-ia que parecem hipsters de Berlim a fazer teatro num prédio abandonado de Kreuzberg.” Mas não são: são actores da companhia Teatro Livre da Bielorrússia, que ensaiam em Minsk o seu próprio espectáculo. E o que à superfície parece apenas mais uma produção teatral experimental ganha uma outra dimensão por estarmos na ex-república soviética governada com mão de ferro desde 1994 por Alexander Lukashenko. “Foi nesse momento que percebi que as pessoas da Europa Ocidental não compreendiam, apenas pelas imagens, as tensões que pairavam no ar. E que precisava de mostrar às pessoas as verdadeiras questões que afectam o meu país.” 

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No que parece ser um velho armazém abandonado, com um palco improvisado, alguns actores ensaiam uma cena perante um encenador que, à distância, através da câmara do computador, faz correcções, alterações, sugestões. “Tudo parece estar bem, não parece?” sorri por Zoom o bielorrusso Aliaksei Paluyan (Baranovitchi, 1989). “Dir-se-ia que parecem hipsters de Berlim a fazer teatro num prédio abandonado de Kreuzberg.” Mas não são: são actores da companhia Teatro Livre da Bielorrússia, que ensaiam em Minsk o seu próprio espectáculo. E o que à superfície parece apenas mais uma produção teatral experimental ganha uma outra dimensão por estarmos na ex-república soviética governada com mão de ferro desde 1994 por Alexander Lukashenko. “Foi nesse momento que percebi que as pessoas da Europa Ocidental não compreendiam, apenas pelas imagens, as tensões que pairavam no ar. E que precisava de mostrar às pessoas as verdadeiras questões que afectam o meu país.”