De Birkenau à Faixa de Gaza, de Paris ao Líbano, resistir é ver, diz a Berlinale virtual

Cruzando o documentário e a ficção, Christophe Cognet, a dupla Joana Hadjithomas e Khalil Joreige, Alice Diop e Avi Mograbi trazem ao Festival de Berlim quatro filmes sobre a imagem como forma de dar ver o invisível.

Foto
Memory Box, da dupla libanesa Joana Hadjithomas e Khalil Joreige DR

Não são poucos aqueles que têm apontado o risco da “banalização” excessiva das atrocidades nazis trazido pela proliferação de estudos, ensaios, memórias, filmes, livros, séries televisivas. E o realizador francês Christophe Cognet tem consciência dessa banalização, fenómeno inevitável quando, mais de 70 anos depois, o Holocausto continua a questionar-nos a todos continuamente. Mas aponta, e com razão, que o seu filme À Pas Aveugles, que teve na segunda-feira estreia virtual no Festival de Berlim (secção Forum) é um projecto diferente do habitual. Trata-se de uma escavação de cariz arqueológico-forense em busca do modo como a História se manifesta nos lugares e nas imagens onde nada dela parece estar à vista; não um filme “de História”, como diz o seu autor, mas um ensaio sobre as imagens.

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Não são poucos aqueles que têm apontado o risco da “banalização” excessiva das atrocidades nazis trazido pela proliferação de estudos, ensaios, memórias, filmes, livros, séries televisivas. E o realizador francês Christophe Cognet tem consciência dessa banalização, fenómeno inevitável quando, mais de 70 anos depois, o Holocausto continua a questionar-nos a todos continuamente. Mas aponta, e com razão, que o seu filme À Pas Aveugles, que teve na segunda-feira estreia virtual no Festival de Berlim (secção Forum) é um projecto diferente do habitual. Trata-se de uma escavação de cariz arqueológico-forense em busca do modo como a História se manifesta nos lugares e nas imagens onde nada dela parece estar à vista; não um filme “de História”, como diz o seu autor, mas um ensaio sobre as imagens.