Surf No Crowd: em cima das ondas, longe das multidões

Em tempo de pandemia, mas já a pensar no futuro, a região de Coimbra aposta num projecto que já estava a fazer ondas: Surf No Crowd quer seduzir os turistas das pranchas para porem à prova o sossego que é fazer-se ao mar no “último reduto para o surf sem multidões”.

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Surf No Crowd

Dizem que a onda direita mais longa da Europa é aquela que sai do Cabo Mondego em direcção a sul, a Buarcos. São, pelo menos, as “ondas mais consistentes de Portugal”, considerou Gonçalo Cadilhe, viajante e surfista, em conversa com a Fugas no Verão passado.

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Dizem que a onda direita mais longa da Europa é aquela que sai do Cabo Mondego em direcção a sul, a Buarcos. São, pelo menos, as “ondas mais consistentes de Portugal”, considerou Gonçalo Cadilhe, viajante e surfista, em conversa com a Fugas no Verão passado.

Cadilhe é um dos embaixadores da iniciativa Surf no Crowd que desde 2019 promove a costa entre Mira e Figueira da Foz como uma espécie de “último reduto para o surf sem multidões” – e que melhor escape para estes tempos pandémicos do que areais infinitos onde a única companhia constante são as ondas que se quebram?

Nunca é de mais repeti-lo e é o que faz agora a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, que dobrou a aposta na promoção das ondas da Figueira da Foz, Cantanhede e Mira, onde há um litoral pouco densificado e quase inexplorado onde as condições para a prática de desportos náuticos são excepcionais durante todo o ano. 

É um chamamento para durar até ao desconfinamento, o de Mira, Poço da Cruz, Tocha, Quiaios, Murtinheira, Buarcos Cova Gala, Leirosa - as praias continuam a enrolar ondas em ambiente de tranquilidade inabalável e em grande comunhão com as comunidades locais.

E estas, na verdade, estão cada vez mais empenhadas em proporcionar a melhor experiência de surf aos visitantes. A oferta vocacionada para o ‘turismo das pranchas’, nas suas várias vertentes, tem crescido, das escolas aos clubes e associações de surf, das lojas especializadas aos alojamentos dedicados.

O Surf No Crowd é um dos complementos à hospitalidade natural destas terras, com uma cultura fortemente enraizada no cruzamento do mar (e suas tradições – a arte xávega ainda existe em várias praias) e do campo – o que se reflecte, por exemplo, à mesa, numa gastronomia que faz, com à-vontade, a fusão desses dois elementos.