Depois do nevão, Espanha tenta restabelecer distribuição das vacinas

Guardia Civil vai escoltar colunas de camiões que ficaram retidos após o maior nevão das últimas décadas. Autarca de Madrid pede mais militares para reabrir estradas e vias férreas. Pelo menos quatro pessoas morreram na passagem da tempestade Filomena.

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O restabelecimento da distribuição de alimentos e das vacinas contra a covid-19 às regiões mais afectadas pelo nevão dos últimos dias em Espanha é neste momento a maior prioridade do Governo de Pedro Sánchez, que admitiu no sábado que a intempérie “excedeu até as previsões mais pessimistas”. 

A Guardia Civil vai agora escoltar colunas de camiões em marcha lenta, uma vez que as condições de circulação se mantêm perigosas. Em causa estão centenas de camiões que ficaram parados durante o pior da tempestade Filomena em parques de estacionamento em Guadalajara, Segóvia e Ávila, localidades próximas de Madrid onde se registaram acumulações de mais de 20 centímetros de neve. Outros tantos veículos pesados aguardam também autorização para prosseguir viagem na Catalunha e na Comunidade Valenciana.

Este domingo, o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, garantiu que já não havia automobilistas ou camionistas retidos nos seus veículos, e que resta agora remover as muitas viaturas que tiveram de ser abandonas na neve, e que continuavam a obstruir várias vias.

Duzentos militares da unidade de emergência do Exército foram enviados para a comunidade de Madrid, uma das mais afectadas pela maior queda de neve das últimas cinco décadas, mas o autarca da capital, José Luis Martínez-Almeida, já solicitou o reforço do contingente, perante a quantidade significativa de estradas e vias ferroviárias que continuavam bloqueadas este domingo – nomeadamente, as linhas suburbanas.

Ainda no sábado, o Ministério dos Transportes informou que colocou no terreno 1305 veículos limpa-neves e enviou mais de 200 mil toneladas de sal, para derreter o gelo nas estradas, para a Andaluzia, Aragão, Cantábria, Castela-Mancha, Castela-Leão, Catalunha, Valência, Estremadura, Rioja, Madrid e Múrcia.

Pelo menos quatro pessoas morreram até ao momento: um casal arrastado por uma enxurrada em Málaga, um homem de 54 anos cujo corpo foi encontrado debaixo da neve em Madrid e uma pessoa sem-abrigo encontrada morta em Saragoça.

Depois da passagem da tempestade Filomena, que trouxe neve a grande parte da Península Ibérica, Espanha prepara-se agora para uma massa de ar ainda mais frio que deverá levar a uma significativa queda das temperaturas a partir de segunda-feira. As máximas em Madrid não deverão ir além dos 0 graus e as mínimas poderão descer aos -10, algo que não se regista desde 1945, segundo a agência meteorológica espanhola AEMET, citada pelo El País

Também em Portugal, onde se registou queda de neve, no sábado, nos distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Évora, as temperaturas vão descer na segunda e na terça-feira, consequência da mesma massa de ar frio que atravessa a península.

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