O Salto é um jogo de cartas para fazer boas conversas
O jogo onde o entrevistador são as cartas pretende trazer boas conversas. Manuel Theotónio juntou-se a Carmo Siqueira de Almeida neste desafio e lançaram O Salto.
O Salto é mais do que um jogo, é uma entrevista de amigos onde “o entrevistador passa a ser as cartas”: quem o diz é Manuel Theotónio, criador do jogo. A ideia surge em 2018, quando conheceu o projecto Humans of New York, onde são relatadas histórias de pessoas anónimas e aleatórias (inicialmente apenas) de Nova Iorque. Manuel adorou a ideia e arranjou uma forma de conhecer melhor os amigos. O jogo custa 12 euros e é para “estimular boas conversas”, diz.
Manuel Theotónio começou por falar com pessoas e descrevê-las num texto, “Comecei com a minha avó, depois com o meu irmão e amigos, até chegar a alguns conhecidos e até desconhecidos”, recorda o criador. Numa segunda fase, escrevia um poema inspirado na pessoa com quem falava. Numa fase final, “já ia com uma pessoa para algum lado”, onde fazia uma ou outra pergunta e escolhiam uma pessoa aleatória que estivesse a passar. “Tentávamos imaginar a vida dos desconhecidos”, relata.
Em várias fases, o jogo divide-se em perguntas que exploram desde temas mais básicos a um conhecimento mais profundo do próprio jogador. O Salto é para ser jogado entre amigos e está dividido em quatro fases, cada uma das quais com regras próprias. Na primeira fase, “Saltar”, os temas são os mais básicos e todos devem responder. Já na segunda fase, “Ir Fundo”, as memórias são o desafio, enquanto na terceira se encontram perguntas de resposta mais complexa. A quarta e última fase é onde se podem encontrar desafios e se fortalecem os laços.
Quando Manuel regressou a Portugal, vindo de Copenhaga, na Dinamarca, já tinha a ideia do jogo em mente. “Quero fazer um jogo que estimule boas conversas”, partilhou na altura com a amiga e designer Carmo Siqueira de Almeida, com quem acabou por montar o jogo. Carmo “fez o grafismo todo, as redes sociais e a embalagem”.
Manuel Theotónio pensou que ia “imprimir umas cartas na impressora, cortar em quadradinhos, pôr um elástico à volta e vender a alguns amigos”, mas enganou-se. Começou “um bocado amador”,mas foi numa fábrica de expositores que, no fim, conseguiram imprimir “um expositor em ponto pequeno”. Esse expositor deu origem à embalagem do jogo.
Inspirados no jogo We Are Not Really Strangers, muitos compradores do jogo confessaram andar à procura de um jogo do género em português, vendo a sua oportunidade n’ O Salto.
Texto editado por Ana Maria Henriques