Estudantes do Reino Unido perdem programa Erasmus+ — mas vão ter uma alternativa

Reino Unido terá um novo programa de estudos internacional que se chamará Turing — em homenagem a Alan Turing, matemático britânico cujo trabalho vai da computação à inteligência artificial.

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Boris Johnson confirmou que foi uma "decisão difícil" Reuters/Henry Nicholls

Os estudantes do Reino Unido vão deixar de poder participar no programa Erasmus+. O programa de intercâmbio fica fora do acordo entre este país e a União Europeia, que fecharam, na quinta-feira, os termos da nova parceria económica e política e deram por concluídas as negociações para o “Brexit” dias antes de se esgotar o prazo do período de transição.

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Os estudantes do Reino Unido vão deixar de poder participar no programa Erasmus+. O programa de intercâmbio fica fora do acordo entre este país e a União Europeia, que fecharam, na quinta-feira, os termos da nova parceria económica e política e deram por concluídas as negociações para o “Brexit” dias antes de se esgotar o prazo do período de transição.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que o país irá criar o seu próprio programa, em articulação com “as melhores universidades do mundo”. Pretende-se que dê aos estudantes a “oportunidade” de irem não só para as universidades europeias, mas também para “as melhores universidades do mundo”. “Porque queremos que os nossos jovens experimentem o imenso estímulo intelectual europeu, mas também do mundo inteiro”, afirmou, em declarações citadas pelo The Guardian.

O programa receberá o nome de Turing, em homenagem a Alan Turing, matemático britânico cujo trabalho vai da computação à inteligência artificial e que ficou conhecido, sobretudo, por ter ajudado a descodificar comunicações alemãs durante a II Guerra Mundial.

Em Janeiro, Boris Johnson afirmava, recorda o mesmo jornal, que o programa não estava sob nenhuma ameaça. Porém, na quinta-feira, confirmando o fim da parceria, o governante admitiu que foi uma “decisão difícil” e justificou-a com o custo do programa. 

Ainda citado pelo The Guardian, o vice-reitor da Universidade de Sussex, Adam Tickell, considerou que deixar o programa é “uma verdadeira tristeza” e também Vivienne Stern, directora unidade de internacionalização das universidades do Reino Unido, afirmou ser “extremamente decepcionante”. No entanto, acrescentou que o novo programa poderá contemplar bolsas não só para se estudar, mas também para se trabalhar e fazer voluntariado.