Dinamarca desenterra milhões de visons e aprova lei que suspende a sua criação

Criação dos animais para pele fica suspensa até 2022. Cadávezes serão desenterados em Maio.

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Visons abatidos numa quinta na Dinamarca Reuters

O Governo dinamarquês anunciou que vai desenterrar milhões de visons de valas depois de algumas terem reaparecido à superfície, motivando queixas de residentes por possíveis riscos de saúde e poluição. As autoridades continuam, no entanto, a dizer que não há risco sanitário.

O Parlamento aprovou, entretanto, uma lei que proíbe a criação de visons até 2022.

No início de Novembro, a Dinamarca ordenou o abate de 17 milhões de visons, que se destinavam à indústria de moda de luxo, depois de terem sido detectados surtos em algumas explorações e ainda infecções com uma mutação do coronavírus que provoca a covid-19 em algumas pessoas.

Os visons que vão ser desenterradas são um grupo de quatro milhões. Estão numa zona militar na parte ocidental do país, e começaram a aparecer à superfície do solo arenoso, empurradas pelos gases do processo de decomposição dos cadáveres.

As autoridades garantem que não há riscos para a saúde, mas os habitantes temem uma potencial contaminação de água e de um lago a menos de 200 metros do local em que os animais foram enterrados.

O trabalho só começará, no entanto, em Maio do próximo ano, quando o risco de contaminação por covid-19 dos cadáveres já estiver eliminado. Os corpos vão ser incinerados em lixeiras próximas.

O abate de milhões de visons gerou uma crise política na Dinamarca, com o ministro da Agricultura a apresentar a demissão e a oposição a exigir a queda do Governo. A primeira-ministra, Mette Frederiksen, pediu desculpas pela forma como o assunto foi tratado. “Não tenho problemas em pedir desculpa pelo curso dos acontecimentos, porque de facto foram cometidos erros”, disse.

Espanha e Países Baixos também abateram milhares de visons após surtos, e nos Países Baixos espera-se o fim da indústria até 2024.

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