WSL 2021. Primeira paragem: Havai

Novas datas, novos locais, novas regras. A temporada de 2021 da World Surf League (WSL) está prestes a começar.

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Depois de vários meses de treino e alguns eventos especiais, acabou a espera. Vem aí o Championship Tour (CT) da World Surf League (WSL). A primeira paragem da prova masculina é em Pipeline, entre os dias 8 e 20 de Dezembro.

E este é um ano de mudanças. Novos locais, novas datas e um fim de época muito competitivo que ficará marcado pelas WSL Finals, em Lower Trestles, em Setembro: um novo formato em que os cinco primeiros classificados irão disputar uma final em apenas um dia.

Mas até lá, ainda há muita onda para surfar. Olhemos para este mês de Dezembro. Ao contrário de anos anteriores, em que a última paragem do Tour era no Havai, este ano, é por lá que tudo começa. Primeiro com o Maui Pro presented by ROXY, a prova feminina, a arrancar no dia 4, em Honolua Bay. Quatro dias depois, é a vez dos homens, com o Billabong Pipe Masters presented by Hydro Flask a celebrar a 50ª edição desta prova.

Mais uma vez este ano, entre os melhores do mundo está um português. Frederico Morais viajou para o Havai depois de muitos meses de treino e de ter aproveitado o Outono para treinar e surfar ondas tubulares, em Portugal. Uma vantagem, já que agora terá pela frente as ondas de Pipeline, onde em anos anteriores não foi além de um 25º lugar.

Ainda assim, não esqueçamos o relevo que o Havai teve no percurso de Kikas: foi por lá, em Haleiwa, que no ano passado o surfista português assegurou o regresso ao circuito mundial de surf (onde já tinha competido em 2017 e 2018). Aliás Frederico Morais foi o primeiro atleta português a vencer esta prova no Havai, depois de já em 2016 ter chegado à final, perdendo apenas para o havaiano e bicampeão do mundo John John Florence. O Havai é, sem dúvida, um lugar mágico para Kikas, mas resta saber como se dará este ano na onda tubular de Pipeline.

Para já, Kikas já conhece um dos adversários que terá pela frente logo no round 1 da prova. O surfista do Guincho vai encontrar o bicampeão mundial Gabriel Medina, no 5º heat do evento. Aos dois junta-se ainda um “wild-card” que ainda não foi divulgado. Tarefa difícil para Kikas que encontra assim o vice-campeão do Billabong Pipe Masters em 2019. No ano passado, Medina só perdeu para Ítalo Ferreira, actual detentor do título.

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Ítalo Ferreira Créditos: Henrique Casinhas

E quem acompanhou a edição de 2019, traz também na memória essa final de nervos e a conquista do título mundial por Ítalo Ferreira. O surfista brasileiro venceu Gabriel Medina na final do Billabong Pipe Masters e tornou-se no novo campeão da WSL. Ítalo levou o 1º lugar de volta para a Baía Formosa, no nordeste do Brasil, onde passou grande parte da pandemia. Só saiu do Brasil para vir até à Europa vencer o Euro Cup of Surfing, em Anglet, França. Na paragem seguinte do evento especial da WSL, em Ribeira d’Ilhas, Ericeira, o campeão do mundo teve Frederico Morais pela frente, que o deixou para segundo lugar.

Ainda assim, Ítalo passou momentos inesquecíveis em Portugal, ao surfar na Praia do Norte, na Nazaré, ondas de 10 a 20 metros. O campeão do mundo quis sentir a adrenalina de testar o Canhão da Nazaré e fê-lo, lado a lado, com “big riders”, como o havaiano Kai Lenny, ou os brasileiros Lucas Chumbo e Pedro Scooby.

Voltando a Pipeline, não são ondas de 20 metros, mas são das ondas mais desejadas pelos melhores surfistas do mundo. No heat 6 do primeiro round da prova, Ítalo vai ter pela frente o amigo Jadson André e ainda outro surfista que será apurado durante os “trials” da competição.

A época que aí vem será também a de despedida do campeão mundial de 2015. Adriano de Souza, que se estreou em 2006, com apenas 17 anos, anunciou o fim da carreira. “Quero celebrar estes 15 anos, durante os quais construí relações fortes. Tenho expectativas altas para a próxima temporada, sobretudo para a etapa brasileira, em Saquarema, onde acredito que irei ter uma despedida muito intensa. Esta boa vibração de estar a dizer adeus vai dar-me energia para fazer uma excelente temporada de 2021”, disse o surfista que falhou quase toda a temporada de 2019, devido a uma lesão grave num joelho. Em Pipeline, vai encontrar no 1º round o havaiano Seth Moniz e o francês Michel Bourez.

Antes de começar a temporada de 2021, falta ainda definir a última vaga entre os 34 melhores surfistas do mundo. Na luta estão o italiano Leo Fioravanti e o australiano Mikey Wright. Ambos vão competir nos “trials” pelo “injury card”, um lugar que a WSL reserva para os surfistas que se lesionaram durante a última temporada. O vencedor do confronto “à melhor de três” prossegue para o 4º heat, onde enfrentará o sul-africano Jordy Smith e o brasileiro Yago Dora.

A competição no Havai decorrerá sem público, apenas com a transmissão televisiva e das plataformas da WSL. A organização tem em vigor um Plano de Segurança devido à pandemia da Covid-19, elaborado em parceria com a Organização Mundial de Saúde. Entre as medidas a adoptar estão os testes obrigatórios para atletas e funcionários, o distanciamento físico, a medição diária de temperatura e o uso obrigatório de máscara.