Gulbenkian Música: temporada encerra com John Nelson, uma estreia mundial (e streaming)

O regresso do maestro americano John Nelson é um dos destaques da segunda parte da temporada 2020/2021 da Gulbenkian Música. Entre convidados como András Schiff e Isabelle Faust, e com a Orquestra Gulbenkian no centro de toda a programação, haverá um dia para acompanhar jovens talentos em ascensão à distância, via streaming.

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O pianista húngaro András Schiff protagonizará um concerto dedicado a Bach e Schubert Nadia F. Romanini
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A Orquestra Gulbenkian mantém-se como centro da programação desta segunda parte da temporada Márcia Lessa
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Isabelle Faust é uma das artistas convidadas e actuará com o seu octecto Felix Broede
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O maestro titular da Orquestra Gulbenkian, Lorenzo Viotti, dirigirá três concertos em Janeiro Antoine Saito

Há tradições que se mantém inalteradas, como o Concerto de Ano Novo onde não faltarão as valsas vienenses, ou os Concertos de Domingo, onde a componente didáctica se une à fruição musical. E há reflexos óbvios destes tempos de pandemia, patentes, por exemplo, no facto de o público só ter acesso aos concertos das jovens estrelas de amanhã que, em Fevereiro, actuarão no Dia de Portas Abertas, através do streaming nas plataformas digitais da fundação. Eis então a segunda parte da temporada de música 2020/2021 da Gulbenkian, apresentanda esta segunda-feira e que manterá a sua orquestra como protagonista central: o aguardado regresso de John Nelson, os convidados András Schiff e Isabelle Faust, a estreia mundial de Reverdecer, de Andreia Pinto-Correia.

O ano arrancará, naturalmente, com o Concerto de Ano Novo, protagonizado pela Orquestra Gulbenkian sob a direcção da maestrina Elena Scharwz e com a participação da soprano australiana Siobhan Stagg — 6, 7 e 8 de Janeiro (às 19h). Três meses depois, fim de temporada com o obrigatório Concerto de Páscoa: A Paixão Segundo São João, de J. S. Bach, com o maestro titular do Coro Gulbenkian, Michel Corboz. Três apresentações (29, 30 e 31 de Março) em que, devido às regras impostas pela pandemia, que limitam a duração dos espectáculos, apenas será possível apresentar a segunda parte da Oratória do mestre do barroco.

Entre um momento e outro, o Coro Gulbenkian protagonizará um ciclo de concertos a capella, aos domingos, às 12h, de entrada livre. Entre um momento e outro, oportunidade para reencontrar o maestro norte-americano John Nelson, cuja relação de longa data com a Gulbenkian se vem concretizando tanto em concertos como em gravações — em 2019, por exemplo, convocou o Coro Gulbenkian para gravar com a Orquestra Filarmónica de Estrasburgo, naquela cidade francesa, A Danação de Fausto, de Berlioz. Dias 25 e 26 de Fevereiro, com a Orquestra Gulbenkian, tempo para o maestro regressar a Berlioz (Les nuits d’été) e para nos oferecer a 2.ª Sinfonia de Schumann. No mês seguinte, o maestro costa-riquenho Giancarlo Guerrero entrega-se à Sinfonia n.º 4 de Mahler. A versão interpretada será a de orquestra de câmara de Erwin Stein, num concerto que contará também com a soprano alemã Julia Kleiter.

Estreia mundial

Destaque também para dois artistas convidados, o pianista húngaro András Schiff, que chega à Gulbenkian para protagonizar um concerto dedicado a Schubert e Bach (11 e 12 de Fevereiro), e a violinista alemã Isabelle Faust, que trará consigo o seu octeto para interpretar o Octeto em Fá Maior de Franz Schubert (24 e 25 de Março). Destaque igualmente para uma estreia mundial: a de Reverdecer, concerto para violoncelo e orquestra de Andreia Pinto-Correia, composto no âmbito da parceria SP-LX, através do qual são promovidas novas criações de compositores portugueses e brasileiros. Dirige o maestro Nuno Coelho, o violoncelista será Jay Campbell (4 e 5 de Fevereiro).

Em Janeiro, depois do Concerto de Ano Novo, oportunidade para o maestro titular da Orquestra Gulbenkian, Lorenzo Viotti, pegar na batuta. Dirigirá o programa “Uma Noite na Ópera” (dias 13, 14 e 15) e conduzirá a Orquestra Gulbenkian na 6.ª Sinfonia de Tchaikovsky e em Langsammer Satz, de Webern (21 e 22), e também nas Canções de Mahler e Richard Strauss (27, 29 e 30 de Janeiro).  

Os supracitados concertos de Domingo dividem-se entre Fevereiro e Março. O primeiro, dia 14 de Fevereiro, tem título auto-explicativo, “Mozart para Todos”, e o segundo, a 7 de Março, propõe uma “Viagem à Hungria” através de Lizst, Ligeti, Bartók e das Danças Húngaras de Brahms. No mesmo mês, dias 11 e 12, o maestro José Eduardo Gomes, com o violino de André Gaio Pereira, dirige um concerto pelo qual passarão obras de Arvo Pärt, Ligeti e Schönberg.

Dia 7 de Fevereiro será o dia atípico da temporada, ou seja, aquele em que acompanharemos à distância. Falamos do ciclo “Rising Stars”, dedicado a estrelas em ascensão como a percussionista Vanessa Porter, Diana Tishchenko, o Aris Quartet, o barítono James Newby ou Cristina Gómez Godoy, no oboé, a que o público acederá, não em sala, mas através de um streaming que se prolongará das 11h às 19h.

A pandemia obriga a ajustes e a alterações de formato, mas, em sala ou no computador caseiro, a segunda parte da temporada está definida e pronta a arrancar.

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