Cargueiro acidentado sem risco de desastre ambiental. Marinha pondera reboque

Um navio cargueiro com pavilhão de Vanuatu, que transporta aço, está a deriva desde a madrugada desta quinta-feira ao largo da costa portuguesa, depois de um alerta de entrada abrupta de água na casa das máquinas.

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A tripulação chegou ao porto de Leixões pelas 10h30 Paulo Pimenta (arquivo)

O cargueiro que está à deriva ao largo da costa portuguesa não está em risco de afundar ou de provocar um desastre ambiental e o reboque para um porto está a ser equacionado, disse nesta quinta-feira fonte da Marinha.

“Não está em causa a flutuabilidade [da embarcação]. Em termos de um possível acidente com hidrocarbonetos, também não há essa possibilidade. Nunca teríamos uma situação de catástrofe ambiental”, explicou a porta-voz da Marinha, comandante Nádia Rijo.

Um navio cargueiro com pavilhão de Vanuatu, que transporta aço, está a deriva desde a madrugada desta quinta-feira ao largo da costa portuguesa, depois de um alerta de entrada abrupta de água na casa das máquinas. Nádia Rijo acrescentou que “está a ser trabalhada com o armador a possibilidade” de rebocar o navio para um porto. Para este efeito podem vir a ser destacados dois rebocadores.

Contudo, esta possibilidade está pendente de uma avaliação e ainda não é conhecido o porto para o qual deverá ser transportada a embarcação, prosseguiu a porta-voz daquele ramo das Forças Armadas. Se estiverem reunidas as condições, o reboque do cargueiro deve acontecer “ao início da manhã” de sexta-feira.

As condições meteorológicas “estão a melhorar”, factor que pode facilitar o transporte do navio para um porto, e os cálculos feitos pela Marinha indicam que o navio à deriva está a dirigir-se para longe da costa portuguesa, por causa das correntes marítimas.

Os 14 tripulantes (sete turcos e sete georgianos) do acidentado Southwester foram recolhidos da balsa em que já se encontravam por outro navio mercante que estava perto, o EM Hidra (pavilhão da Libéria). O Centro do Serviço de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa coordenou as operações, depois de ter recebido o primeiro alerta, pelas 0h36.

A tripulação chegou ao porto de Leixões pelas 10h30, foi observada, encaminhada e também foi testada para despistar a presença do novo coronavírus. A porta-voz da Marinha disse que pelo menos o chefe de máquinas foi interrogado no sentido de perceber o que provocou a entrada de água na sala de máquinas.

O cargueiro de Vanuatu, acidentado a 40 milhas náuticas (74 quilómetros) ao largo da Figueira da Foz, foi construído há 22 anos, tem 100 metros de comprimento e 16 de largura, podendo transportar até 5400 toneladas. Dirigia-se do porto francês de Nantes (Montoir) para o porto espanhol de Sevilha.

O porto da Figueira da Foz está há dez meses sem o salva-vidas de grande capacidade do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) Patrão Macatrão, utilizado principalmente em salvamentos a longa distância. Em declarações à Lusa, em Agosto, o capitão João Lourenço manifestou-se preocupado com a situação de inoperacionalidade daquela embarcação, revelando que a mesma saiu de serviço em Dezembro de 2019, devido a uma hélice partida.

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