Leicester impõe primeira derrota ao Sp. Braga

Equipa inglesa construiu, tranquilamente, uma goleada que lhe garante a liderança isolada do grupo G, só com vitórias.

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Galeno, que assumiu funções mais defensivas, em duelo com James Maddison Reuters/PHIL NOBLE

O Sp. Braga averbou, esta quinta-feira, em Inglaterra, a primeira derrota na Liga Europa, perdendo por 4-0 frente ao Leicester City, em partida da 3.ª jornada do grupo G da competição. Iheanacho, com um “bis” (21 e 48'), Praet (67') e Maddison (78') foram os “carrascos” de um Sp. Braga que passa a ocupar o segundo lugar do grupo. 

Sem descurar a visita à Luz, no domingo, Carlos Carvalhal deixara indicações precisas de que o Sp. Braga poderia ter que gerir o desgaste frente ao Leicester. Avaliados os prós e os contras deste duelo de líderes do grupo G, o treinador português promoveu alterações significativas, apostando numa equipa com cinco novidades no onze inicial.

Sem Fransérgio nem Ricardo Horta, Carvalhal projectou um dispositivo de três centrais, surpreendendo com Galeno na esquerda, a preencher todo o corredor — embora com preocupações eminentemente defensivas.

Esgaio assumia papel idêntico na direita, competindo a Al Musrati e a João Novais abraçar uma missão de bloqueio, sobrando André Horta e Abel Ruiz no apoio a Paulinho. Modelo muito semelhante ao do Leicester, que também viu neste jogo uma oportunidade para fazer descansar Vardy.

Colocadas as pedras no tabuleiro táctico, importava perceber as dinâmicas que as equipas seriam capazes de imprimir. Mas mais do que as combinações, velocidade e imprevisibilidade ofensiva, sobressaiu a obsessão pelos equilíbrios, na prevenção de erros como o que deixou o Sp. Braga em desvantagem: de um longo lançamento lateral, ainda no meio-campo inglês, nasceu o golo de Iheanacho, com Bruno Viana — sem capacidade de reacção — a “convidar” o nigeriano a avançar para um cara a cara com Matheus, traído por um ressalto.

Sofrido o golo, o Sp. Braga tentou responder, canalizando o jogo pelas alas, em busca da profundidade que rendeu meia dezena de remates, tantos quantos os efectuados pelos ingleses, ainda que quase sempre desenquadrados com o alvo.

Antes do intervalo, o Leicester acabaria por criar duas situações em que poderia ter deixado o resultado bem encaminhado, mas Matheus resolveu os lances mais problemáticos, em especial um remate de Madison já nos “descontos”.

Infelizmente para o guarda-redes brasileiro, a segunda parte começou praticamente com novo golo de Iheanacho, num remate desviado pelas costas de Bruno Viana, a deixar Matheus fora do lance.

A Carvalhal não restavam grandes alternativas, pelo que, com cerca de meia hora para anular a desvantagem, chamou Iuri Medeiros e Schettine a jogo, libertando Galeno das amarras que o limitavam na zona do campo onde realmente faz a diferença. Sem justificar a titularidade, Abel Ruiz despedia-se pouco depois de ter falhado a melhor oportunidade de golo dos bracarenses, após assistência de Galeno.

Mas a noite de Leicester ainda tinha reservado mais um golpe nas aspirações de Carvalhal, que quando procurava imprimir outra dinamica viu os ingleses a elevarem a fasquia com um terceiro golo, apontado por Praet, que acabara de render Under.

Sem ilusões, Carlos Carvalhal iniciava a segunda fase de gestão, começando a pensar mais no embate com o Benfica, para o campeonato, poupando Paulinho e Galeno, procurando prevenir um resultado mais pesado com a entrada de André Castro.

Apesar desse reforço, o Leicester chegou sem problemas ao quarto da noite e a uma goleada natural, que construiu com absoluta tranquilidade, resultado de uma maior consistência e maturidade, que o Sp. Braga raramente conseguiu contrariar. 

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