“Quando a minha mãe se curar talvez eu possa vê-la.” Audições de crianças desvalorizadas em tribunal

Uma psicóloga relata casos de crianças que não querem ver um ou ambos os progenitores e que são ouvidas em tribunal sem respeito pela lei que as protege nestas situações. Magistrado de Coimbra admite que o depoimento da criança nem sempre é tido em conta na decisão judicial.

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Gabriel Sousa

Maria sofre de um quadro de ansiedade grave. Mesmo assim, enfrentou o tribunal para dizer que não pode estar, conviver ou viver com a pessoa que lhe colou à infância o ambiente sufocante do alcoolismo. “Não desejo nada com a minha mãe, não desejo estar com ela. Foram cinco anos com ela a chamar-me nomes todos os dias. Comecei a fazer-lhe frente, já não queria saber se ela me batia ou não. Quando ela se curar, talvez eu possa voltar a vê-la. Eu só gostava que a minha mãe fosse como a minha tia e soubesse cuidar de mim.”

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