Prémios PEN para Francisco José Viegas, Nuno Júdice, João Barrento e Maria João Cantinho

O júri atribuiu por unanimidade o prémio de narrativa ao romance A Luz de Pequim, o de poesia a O Coro da Desordem e o de ensaio, ex-aequo a Uma Contra-música. Novos escritos llansolianos e Walter Benjamin. Melancolia e Revolução.

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Os escritores Francisco José Viegas, Nuno Júdice e João Barrento e Maria João Cantinho são os vencedores da edição deste ano dos prémios PEN para narrativa, poesia e ensaio, no valor de cinco mil euros cada.

O júri atribuiu por unanimidade o prémio de narrativa ao romance A Luz de Pequim, de Francisco José Viegas, o de poesia a O Coro da Desordem, de Nuno Júdice, e o de ensaio (ex-aequo) a Uma Contra-música. Novos escritos llansolianos, de João Barrento, e Walter Benjamin. Melancolia e Revolução, de Maria João Cantinho.

À semelhança do que aconteceu em 2019, também este ano o júri decidiu não atribuir o Prémio Primeira Obra, por considerar que não existia “excepcional qualidade nas primeiras obras a concurso”.

O anúncio foi feito esta sexta-feira pela presidente do PEN Clube Português, Teresa Martins Marques, na qualidade de coordenadora-geral dos Prémios PEN.

Na categoria da narrativa, o júri, composto por Teresa Sousa de Almeida, António Apolinário Lourenço e Sérgio Guimarães de Sousa, distinguiu o romance de Francisco José Viegas, um dia depois de o mesmo livro ter sido galardoado com o Prémio Fernando Namora. Editado pela Porto Editora, A Luz de Pequim é um romance em que a figura do detective Jaime Ramos se interroga sobre o sentido de ser português num país dominado por elites cúmplices, endogamias e poderes ocultos.

O Coro da Desordem, de Nuno Júdice, editado pela Dom Quixote, foi o livro de poesia que reuniu a preferência do júri composto por Luís Filipe de Castro Mendes, Rita Marnoto e Margarida Braga Neves. Trata-se de uma obra que explora, através da linguagem poética, o mistério, a criação e a revelação do absoluto e do sagrado.

No ensaio, os elementos do júri – Fernanda Mota Alves, Fernanda Gil Costa e Miguel Serras Pereira – distinguiram duas obras: uma delas, Uma Contra-música. Novos escritos llansolianos, editada pela Mariposa Azual, reúne textos diversos em torno da escrita e do universo de Maria Gabriela Llansol, com base no espólio da autora; a outra, Walter Benjamin. Melancolia e Revolução, da Editora Exclamação, explora o pensamento daquele filósofo, na perspectiva da impossibilidade de o delimitar, afigurando-se impossível determinar se era materialista ou teológico.

Os Prémios PEN são uma iniciativa que conta com o apoio da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB). Portugal faz parte do PEN Club International desde 1979, sendo o Clube de Poetas, Ensaístas e Novelistas (PEN) a maior e mais antiga organização de escritores, a nível mundial numa iniciativa datada de 1921 , levada a cabo por autores ingleses.