FC Porto lançou uma labareda num mar de contrariedades

Golo do estreante Evanilson decidiu o jogo no Dragão, que acabou com os portistas sobre brasas depois de um penálti falhado por Uribe e da expulsão de Zaidu.

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Corona voltou a desequilibrar LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

Foi sofrida e à justa a vitória do FC Porto sobre um Gil Vicente (1-0) que até acabou por cima, aproveitando a expulsão de Zaidu e a “bondade” de Uribe, ao falhar um penálti que teria sentenciado o jogo a 30 minutos do fim. Os “dragões” quebraram o ciclo de três jogos sem vencer, não deixaram escapar o Sporting na 5.ª jornada da Liga, mas percebeu que há muito trabalho pela frente. 

Sérgio Conceição sentiu a necessidade de gerir o desgaste provocado pela jornada europeia e precaver-se - num terreno pesado - de situações como as de Luis Díaz e Otávio, isto quando tem já nesta terça-feira novo compromisso da Liga dos Campeões, com o Olympiacos.

Nesse sentido, aproveitou o plano de Manchester (com três defesas) e ainda o facto incontornável de defrontar mais um adversário de tracção traseira, o que o Gil Vicente confirmou em absoluto com dois blocos de aço, escorados numa linha de cinco defesas protegida por uma segunda trincheira de quatro unidades, sobrando Sandro Lino na frente para tentar a sorte numa brecha. 

Prevendo este cenário, o FC Porto repetiu o sistema de três centrais.  Zaidu juntou-se a Pepe e Mbemba, projectando Corona na direita e Manafá na esquerda, e reservando três surpresas: o regresso de Nakajima à titularidade - o que não acontecia desde Março - para explorar o jogo interior e espicaçar os instintos dos avançados Toni Martínez e Evanilson, pela primeira vez chamados à titularidade. De fora, em relação ao jogo de Manchester, ficavam o lesionado Luis Díaz, Sérgio Oliveira, Sarr e Marega. 

O dispositivo portista, quando Conceição refere as dificuldades de adaptação das caras novas do “dragão”, revelava falta de rotinas, essenciais para o jogo de pressão portista, que os gilistas esvaziavam a cada indecisão ou precipitação do adversário, obrigando o FC Porto a consultar constantemente uma cábula que só começou a assimilar a partir da primeira meia hora de jogo. 

Um exercício perigoso, já que na tentativa de encontrar os espaços negados pelo adversário cometeu inúmeros erros que o Gil Vicente não teve calma nem classe para aproveitar, limitando-se a provocar o desconforto de que falava o treinador Rui Almeida, sem contudo ferir verdadeiramente uma equipa notoriamente afectada pelas duas derrotas e pelo empate de Alvalade nos últimos três jogos. 

Classificação fornecida por SofaScore LiveScore

Assim, depois de alguns avisos - Samuel Lino perdeu ocasião soberana aos 26’ e Marchesín defendeu a recarga de Leautey -, os “dragões” encontraram a temperatura ideal para começarem a soltar as labaredas que lhes permitiam encurralar o Gil, expondo as fragilidades de um rival que ainda resisitu às investidas de Toni Martínez (defesa de Denis) e Evanilson (cabeceamento à barra), fruto, essencialmente, da deslocação de Corona para o flanco esquerdo. 

O prenúncio de golo era mesmo para levar a sério e a resistência gilista desvaneceu-se quando Corona lançou Zaidu no corredor, surgindo Nakajima na área a oferecer o golo a Evanilson, que só precisou de encostar a quatro minutos do intervalo. 

Na segunda parte, Conceição retocou o esquema, apostando em Romário Baró no lugar de Martínez e reposicionando a equipa num 4x2x3x1 de menor exposição ao risco. O Gil Vicente esperou um pouco, acabando por ser salvo por Denis, que defendeu um penálti de Uribe (59’), a punir mão de Ygor que não escapou ao VAR. E quando o jogo parecia bem encaminhado para o FC Porto, com o Gil Vicente a escapar entre os pingos de chuva, Zaidu foi expulso, provocando uma inversão de papéis, com a equipa de Barcelos mais afoita em busca do empate e o anfitrião à espera que o tempo voasse.
 

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