Cartas ao director

A obrigatoriedade da app e das máscaras 

Tenho acompanhado com perplexidade esta discussão das medidas obrigatórias para protecção contra a possibilidade de infecção. Sou a favor de todas as medidas que nos possam proteger, todas. Mas tenho que fazer os seguintes reparos: se o primeiro-ministro é mesmo favorável à obrigatoriedade do uso de máscaras na via pública, não pode dizer que não gosta da ideia, porque está a dar um péssimo exemplo.

Quanto à discussão da obrigação de descarregar a app, é preciso discutir primeiro se a app funciona ou se é uma “bandeira” para enganar meia dúzia de incautos. A app só tinha alguma utilidade se houvesse a o obrigatoriedade de cada infectado, ou alguma entidade por ele, de introduzir o código, necessário para o registo de um infectado, na aplicação. Como não existe essa obrigação, segundo vi na tv, só cento e poucos infectados introduziram o código na app.

Sendo assim a famosa e tão badalada app é uma fraude e não se percebe o tempo gasto na sua promoção. Parece quererem atingir objectivos que não cabem a um governo publicitar.

Paulo Cunha, Lisboa

StayAway Covid

Vão-se passando acontecimentos que, como se dizia antigamente, não lembram ao Diabo. A doença do telemóvel já grassa há algum tempo, cá pelo burgo, sem melhoras à vista. Agora o motivo é uma aplicação relativa à covid-19 que o Governo quer seja obrigatória, que poderá interferir na vida privada de cada um. E as pessoas, e ainda são muitas, que não têm e não querem ter telemóveis XPTO? São multadas, presas? Francamente, embora este vírus seja diabólico, não têm mais nada com que se entreter? Não seria melhor haver uma fiscalização mais apertada sobre o que se não deve fazer além de informações constantes nas várias estações de tv e rádio terem um tom mais dramático, uma vez que grande parte de todos nós ainda não se compenetrou que o que se passa é mesmo uma tragédia, que safa vidas seja de quem for..

Carlos Leal, Lisboa

Milagre orçamental

Para sobressair bem na fotografia, na apresentação do Orçamento do Estado, aquilo que é mais relevante é a falta de clareza para com os cidadãos sobre os milagres elencados no mesmo, quando todos sabemos que os fundos provenientes da Europa são para fazer face aos problemas decorrentes da crise sanitária, e que tais fundos não são suficientes para se conseguir dar uma resposta aos problemas do país.

A verdade é que mais uma vez se pretende colocar uma máscara no rosto dos cidadãos, quando se anunciam montantes para determinados sectores, onde importa criar receita em multas aos cidadãos como uma forma engenhosa de fazer sucesso governamental com o dinheiro dos outros, dando-nos a imagem de um milagre orçamental.

Parece que vivemos num outro país imune a problemas e onde os recursos financeiros são inesgotáveis, o que permite que se façam promessas sem a garantia de as poder cumprir, como sendo esta uma forma de se querer passar uma imagem de que tudo está bem, quando a realidade é bem diferente em Portugal, para que posteriormente se as coisas correrem mal já existem desculpas validadas pela crise.

Américo Lourenço, Sines

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