João Almeida a milímetros de vencer etapa do Giro. Português mantém liderança na prova

Apesar de duas pequenas secções em subida e do esforço no sprint final, esta etapa permitiu ao português descansar e guardar forças para a tirada deste sábado, essencial nas contas finais da Volta à Itália.

Almeida no Giro 2020
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Almeida no Giro 2020 LUSA/LUCA ZENNARO
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O sprint final desta sexta-feira DR
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O photo-finish na meta DR

Foi numa decisão em photo-finish que João Almeida perdeu, nesta sexta-feira, a hipótese de vencer a etapa 13 da Volta a Itália. Apesar de batido ao sprint (vídeo em baixo) por Diego Ulissi (Emirates), o vencedor do diao português foi segundo classificado (quarto pódio neste Giro) e, dessa forma, ganhou seis segundos de bonificação na classificação - tem, agora, 40 segundos de vantagem para Kelderman, segundo na geral, e vai correr o 11.º dia consecutivo vestido de cor-de-rosa.

A etapa desta sexta-feira trouxe, como esperado, uma fuga formada no início da etapa e sete ciclistas saltaram do pelotão. O grupo chegou a ter um pouco mais de três minutos de vantagem, mas, numa etapa desenhada para terminar ao sprint – ainda que os sprinters puros dificilmente estivessem na luta –, o grupo principal nunca permitiu que os fugitivos abrissem uma vantagem grande. E a fuga foi neutralizada a 15 quilómetros da meta.

Apesar de haver duas subidas na parte final da etapa, ninguém atacou. Nem mesmo ciclistas já com algum atraso como Fuglsang ou Pozzovivo. Falta de capacidade física ou sobranceria perante a crença de que Almeida acabe por falhar? É difícil aferir, mas o facto é que o português pôde seguir tranquilamente na cabeça do grupo, sem que alguém colocasse em xeque a liderança do português.

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O photo-finish desta sexta-feira, com Almeida (ao meio) em segundo lugar na meta

E este era um cenário perfeito para Almeida, já que, num grupo bastante reduzido (cerca de 20 corredores, também com o ainda líder da montanha, Rúben Guerreiro), poucos ciclistas tinham melhor ponta final do que o camisola rosa – e havia bonificação de tempo na meta. Almeida foi ao sprint (bem preparado pela Quick-Step), mas perdeu a roda do seu lançador e acabou por ser batido na meta por escassos milímetros. 

Apesar de duas pequenas secções em subida e do esforço no sprint final, esta etapa permitiu ao português descansar e guardar forças para a tirada deste sábado, essencial nas contas finais do Giro.

Neste sábado, antes de atacar a semana final, repleta de alta montanha, Almeida tem pela frente um longo contra-relógio (34 quilómetros), uma vertente que o português domina.

Em declarações ao PÚBLICO, em Agosto, João Almeida dizia que não perde tempo no “crono”. “Sei que, no contra-relógio, até posso não ganhar tempo, mas também não perco para eles [os trepadores clássicos]”, garantiu.

E esta crença de Almeida terá importância neste sábado, já que o ciclista não perderá o Giro nesta etapa, mas poderá ganhá-lo neste dia: Kelderman e Nibali são também eles bons contra-relogistas, mas, alargando a vantagem na classificação, com um grande tempo no “crono”, Almeida poderá levar uma “almofada” decisiva para atacar a montanha e, eventualmente, gerir o tempo que possa vir a perder nas várias etapas duras agendadas para esta corrida.

No final da etapa, o português falou do que o espera neste sábado. "Nunca fiz um contra-relógio tão longo, por isso será novo para mim. Se estiver num dia bom, talvez fique e até aumente [vantagem na classificação]. Se tiver um mau dia, certamente que vou perder tempo para os outros candidatos. Amanhã vamos ver como as pernas estão, mas de certeza que vamos dar tudo o que temos”, garantiu.

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