Dia tranquilo para João Almeida, que segue de rosa no Giro

Nesta quinta-feira o ciclista português pode ter a liderança à prova na etapa 12 da Volta a Itália.

Almeida com mais um dia vestido de cor-de-rosa
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Almeida com mais um dia vestido de cor-de-rosa LUSA/LUCA ZENNARO
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Démare celebra na etapa 11,Démare celebra na etapa 11 DR,DR

Depois de uma etapa traiçoeira, na qual até acabou por ganhar tempo aos rivais, João Almeida viveu, nesta quarta-feira, um dia tranquilo na Volta a Itália e manteve a liderança da corrida. Na etapa 11, o ciclista português andou todo o dia sereno no meio do pelotão, numa etapa desenhada para um final ao sprint. E assim foi.

Cinco ciclistas andaram escapados durante o dia, mas o pelotão manteve sempre os fugitivos debaixo de olho, a uma distância facilmente anulável. E a fuga foi neutralizada a seis quilómetros do final, apesar do muito esforço de Sander Armée, o último resistente dos aventureiros do dia.

Na chegada a Rimini, na costa italiana virada para o Adriático, o mais forte foi Arnaud Démare (FDJ), que superou Peter Sagan (Bora) e Álvaro Hodeg (Quick-Step). Esta foi a quarta vitória do francês neste Giro, numa nova demonstração de força do ciclista gaulês – ninguém parece ter, neste momento, capacidade para dar luta a Démare em sprints puros.

Gaviria (sétimo classificado) cortou a meta a abanar a cabeça, em sinal de lamento e de aceitação da má forma, e Sagan voltou a ser batido em velocidade, algo recorrente nos últimos meses.

Tal como João Almeida, também Rúben Guerreiro teve um dia tranquilo e manteve a “vestimenta” para a qual tanto trabalhou. O ciclista do Montijo continua a ser o líder da montanha, depois de uma etapa maioritariamente plana e quase sem pontos atribuídos para esta classificação.

Para esta quinta-feira os ciclistas terão uma etapa cujo desfecho não é claro. Com muita montanha, ainda que sem dureza de primeiro nível, o percurso é ideal para uma fuga (Ganna ou De Gendt poderão tentar a sorte), mas, em caso de chegada em grupo compacto, haverá espaço para o sucesso de ciclistas explosivos, como Sagan ou Ulissi, já que dificilmente os sprinters puros passarão pelas elevações do dia.

Não é de excluir também que a corrida seja atacada por alguns dos candidatos ao triunfo no Giro, sobretudo aqueles que, em tese, perderão tempo nos dois contra-relógios ainda agendados. Nesse cenário, João Almeida terá mais um dia de luta para manter a camisola rosa.

Haverá também a considerar o "factor vento”, que se prevê forte e imprevisível durante a etapa, sendo mais uma dificuldade para os ciclistas.

Texto editado às 16h15, com correcção da referência a Michael Matthews, ciclista que já abandonou o Giro devido à infecção por covid-19.

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