Os “tubarões” foram domados na noite de Liga das Nações

Alemanha e Espanha tropeçaram nesta terça-feira e deixaram em aberto o grupo 4 da Liga A.

Kimmich e Shaqiri em Colónia
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Kimmich e Shaqiri em Colónia LUSA/SASCHA STEINBACH
Traoré e Sobol em duelo em Kiev
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Traoré e Sobol em duelo em Kiev LUSA/SERGEY DOLZHENKO

Ninguém pôde ver um festival de golos em Colónia, mas algumas pessoas puderam ver um 0-1 em Kiev. Com público “no estádio errado”, o grupo 4 da primeira divisão da Liga das Nações trouxe dois resultados que podem ser considerados surpreendentes e que baralham as contas do agrupamento.

A Alemanha não foi além de um empate em casa frente à Suíça (3-3), enquanto a Espanha, apesar do amplo domínio da partida, perdeu frente à Ucrânia (1-0), vendo reduzida a vantagem no topo do grupo.

Espanhóis seguem com 7 pontos, Alemanha e Ucrânia com 6 e Suíça com 2, num grupo ainda totalmente aberto.

Seferovic muito activo na Suíça

Em Colónia, a primeira parte mostrou uma Alemanha muito incapaz de ferir o adversário. A Suíça entrou na partida praticamente a vencer, com um golo de Gavranovic aos 5’. Lance confuso, com uma bola aérea a surgir perante o avançado, que finalizou de cabeça, isolado. E tudo isto se passou já depois de uma oportunidade desperdiçada por Shaqiri e antes de uma igualmente boa, desperdiçada por Gavranovic.

Depois deste início de jogo tremendo, os suíços, até pelo golo marcado, baixaram as linhas. O sistema táctico passou de imediato a prever cinco defesas posicionados praticamente dentro da própria área e a equipa acabou por adoptar um bloco muito baixo.

A Alemanha abusou do jogo interior, com combinações curtas, mas quase sempre sem progressão, perante centrais suíços confortáveis com a falta de criatividade germânica.

Eis que, aos 26’, os suíços “saíram da toca”. Um contra-ataque envolveu Shaqiri, Gavranovic e Seferovic e o jogador do Benfica assistiu Freuler para um grande golo, num chapéu perfeito a Neuer.

A Alemanha reduziu logo a seguir, com Werner a aproveitar uma falha na defesa suíça, mas nem o golo trouxe energia à muito apática selecção de Löw (com bola e, sobretudo, sem ela).

Na segunda parte a Suíça voltou a oferecer golos. Uma perda de bola aos 55’ permitiu a Havertz finalizar e um novo erro deu a Werner a possibilidade de assistir Gnabry para esta grande finalização de calcanhar (vídeo em baixo).

Entre os dois erros suíços houve tempo para Seferovic rematar duas vezes para outras tantas defesas de Neuer e Gavranovic, farto desse desperdício, fuzilar o guardião alemão com um remate muito forte.

O 3-3 não mais se alterou, sobretudo porque as duas equipas, “escaldadas” pelos erros cometidos até então, mostraram mais vontade de segurar o empate do que de arriscar sofrer mais um golo.

Domínio espanhol de nada valeu

Em Kiev viu-se, como esperado, um domínio total da selecção espanhola, mas um jogo pouco conseguido. Apesar de ter tido quase 80% de posse de bola, a equipa de Luís Enrique nem sempre conseguiu criar jogadas de qualidade e denotou muita dependência do um contra um de Traoré.

Mesmo sem fazer um grande jogo, o domínio foi de tal ordem evidente que os espanhóis, até fruto da qualidade individual, foram somando algumas oportunidades de golo.

Rodrigo cabeceou aos 12’ para uma grande defesa de Bushchan, Canales, isolado aos 15’, também permitiu defesa ao guardião ucraniano e Ramos disparou um livre-directo aos 22’, novamente para defesa daquele que foi o melhor em campo na primeira parte. Canales ainda teve outra oportunidade aos 33’, numa jogada criada por Adama Traoré, mas o acerto espanhol esteve longe de ser o desejado.

Os espanhóis continuaram o desperdício no segundo tempo e Bushchan voltou a ser decisivo: impediu os golos de Oyarzabal, aos 71’, e de Ferrán, aos 73’. E viu Rodri acertar no poste.

Com tanto desperdício a Espanha sabia que corria riscos, até pela maior exposição defensiva que mostrou na segunda parte. E, aos 76’, Yarmolenko desmarcou Tsygankov, que aproveitou uma movimentação incomum de De Gea para finalizar com facilidade.

Em Kiev, houve direito a público nas bancadas. E se não houve um jogo tão rico a nível de golos como na Alemanha houve, porém, um jogo feliz para as pessoas presentes nas bancadas.

Por fim nota ainda para a vitória do Luxemburgo em Montenegro (1-2), na Liga C, um resultado que coloca a historicamente frágil selecção da Europa central na liderança do grupo 1, numa prova de que o futebol luxemburguês tem estado em clara evolução nos últimos anos.

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