Rafael Nadal triunfa em Roland Garros com nota 20

Na final, o espanhol impôs-se em três sets demoliu as expectativas criadas por Djokovic.

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LUSA/IAN LANGSDON

Uma exibição absolutamente fantástica levou Rafael Nadal à conquista do 13.º título em Roland Garros e 20.º em torneios do Grand Slam. No aguardado confronto com o arqui-rival Novak Djokovic, o espanhol recebeu nota 20 em todas as disciplinas: serviço, resposta ao serviço, mentalidade, movimentação… para vencer em três sets, numa final de sentido único.

Mesmo em condições diferentes das que habitualmente os jogadores encontram em Roland Garros – frio, humidade, bolas pesadas, algumas vezes sob o tecto fechado, como nesta final – e que o próprio Djokovic reconheceu serem-lhe mais favoráveis, Nadal voltou a mostrar-se imbatível sobre a terra batida parisiense.

“Penso que é um dos títulos com maior valor pessoal para mim. Joguei ao meu maior nível quando precisei e estou muito orgulhoso por isso. A satisfação pessoal é grande por causa das circunstâncias em que jogámos este Roland Garros. Consegui adaptar-me bem e sentir-me positivo perante as circunstâncias que fui enfrentando durante o evento”, resumiu Nadal, após obter a 100.ª vitória no torneio, com os parciais de 6-0, 6-2 e 7-5, em duas horas e 40 minutos.

A melhor entrada do número dois do ranking no encontro foi decisiva para o ascendente que patenteou durante a final. Um primeiro set em que só cometeu dois erros não forçados e anulou os três break-points que enfrentou resultou num inesperado 6-0, o segundo nos 56 duelos entre ambos – aconteceu antes, precisamente no duelo prévio, na final de Roma do ano passado, ganha por Nadal, por 6-0, 4-6 e 6-1.

Djokovic tentou reagir e, ao fim de 55 minutos, ganhou finalmente um jogo, não sem antes salvar três break-points. Mas o sérvio continuou a acumular muitos mais erros, ao mesmo tempo que a maior eficácia do serviço de Nadal fazia a diferença.

Só no terceiro set, e já com duas horas e 11 minutos de jogo, é que Djokovic logrou finalmente aproveitar um break-point, o quinto, para recuperar de 1-3 para 3-3. O urro com que celebrou o feito não teve as consequências desejadas e, a 5-5, o sérvio cedeu novamente o break, o sétimo, com uma dupla-falta – o seu 50.º erro não forçado!

Três minutos depois, Nadal encerrou a final com o quarto ás e passou a partilhar o recorde de 20 títulos do Grand Slam com Roger Federer, um dos muitos a dar-lhe os parabéns através das redes sociais. “Obrigado ao Roger por essas palavras. Temos uma muito, muito boa relação, respeitamo-nos um ao outro enormemente e, ao mesmo tempo, penso que ele fica contente quando eu ganho e eu fico contente quando é ele”, afirmou Nadal, após, pela quarta vez, triunfar em Roland Garros sem ceder um set.

No entanto, a pandemia que o mundo vive retirou alguma alegria à vitória. “Não estou tão contente como é normal, porque a situação é dura para a maioria das pessoas em todo o mundo. “Não pudemos desfrutar de umas bancadas cheias, de um ambiente incrível. Não é por ter vencido o torneio que vou mudar a forma de pensar”.

Djokovic, campeão em Paris em 2012 e em2014, ainda não tinha perdido um encontro este ano em que se disputasse o segundo set. Para o detentor de 17 títulos do Grand Slam, foi só a terceira de 27 finais em majors em que não ganhou um set, mas esta foi aquela em que ganhou menos jogos: sete.

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