Kenin e Swiatek na final mais jovem de Roland Garros dos últimos 12 anos

Nesta sexta-feira serão conhecidos os finalistas masculinos do torneio francês.

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Iga Swiatek LUSA/IAN LANGSDON

Iga Swiatek não gosta de treinar e diz que aprendeu a jogar ténis na Playstation. Mas quando está a competir é, segundo o seu treinador, uma “besta”. Nesta edição de Roland Garros, a peculiar tenista polaca tem-no mostrado, ganhando os 12 sets que já disputou e tirando as seis adversárias do caminho até à final do torneio francês, onde, com 19 anos e quatro meses, vai ser a mais jovem finalista desde 2001.

“Sempre pensei que se fosse ganhar um Grand Slam, seria Roland Garros. É um sonho tornado realidade”, adiantou Swiatek, depois de afastar a argentina Nadia Podoroska, por 6-2, 6-1. A polaca soube adaptar-se às condições difíceis, com muito vento, ajustando a táctica conforme o lado do court em que estava, mas sem nunca perder o sentido ofensivo, terminando com 23 winners.

“Ela adora competir, nunca gosta de treinar, acha aborrecido. Mas quando chega aos encontros, está lá”, resume o treinador Piotr Sierzputowski. Na Polónia está Daria Abramowicz, antiga velejadora e agora psicóloga de desporto, sempre em contacto com a tenista. “Acredito que a força mental é, provavelmente, a coisa mais importante no ténis actual, porque todas conseguem jogar ao mais alto nível. Mas as que forem mais fortes e aguentarem a pressão, são as maiores”, justificou Swiatek.

E dois anos depois de conquistar o título júnior em Wimbledon é a primeira polaca na final francesa desde 1939 – e a primeira a discutir um título do Grand Slam desde Agnieszka Radwanska, há oito anos em Wimbledon.

Swiatek tem já assegurada a subida da 54.ª para a 24.ª posição do ranking, enquanto Podoroska vai dar um salto ainda maior: a primeira tenista vinda do qualifying a chegar tão longe na história do torneio, chegou a Paris no 131.º lugar do ranking e com 256 mil euros amealhados na carreira, mas sai como 48.º mundial e com mais 425 mil euros na conta.

Na final feminina do Grand Slam mais jovem desde que Maria Sharapova derrotou Ana Ivanovic, no Open da Austrália de 2008, Swiatek vai defrontar Sofia Kenin, de 21 anos. Ao contrário de Swiatek, a norte-americana era a quinta ou sexta melhor jogadora júnior da sua geração, sem grandes armas. Mas o seu espírito de luta esteve sempre presente e pode levá-la a um segundo grande título, depois de triunfar no Open da Austrália, em Janeiro.

Na meia-final, Kenin derrotou, por 6-4, 7-5, a checa e mais experiente Petra Kvitova, que não conseguiu ser eficaz com o seu ténis de ataque, cometendo mais erros (31) do que winners (28) e sofrendo quatro breaks. Kenin tremeu quando serviu a 5-3 e permitiu que a bicampeã de Wimbledon aproveitasse o sétimo break-point para quebrar, mas devolveu o break de imediato e concretizou o primeiro match-point ao fim de uma hora e 45 minutos.

Nesta sexta-feira, a partir das 14 horas, disputam-se as meias-finais masculinas: Rafael Nadal-Diego Schwartzman e Novak Djokovic-Stefanos Tsitsipas.

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