Sporting apaga no Algarve memórias europeias

Nuno Mendes inaugurou o marcador com um golo para ver e rever diante do Portimonense, no jogo que fechou a 3.ª jornada da Liga.

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LUSA/LUIS FORRA

Duas jogadas mágicas do Sporting acabaram à nascença com os possíveis efeitos nocivos do desastre europeu a meio da semana, frente ao Lask, em Alvalade (1-4). Os lisboetas venceram o Portimonense no Algarve, por 0-2, mas muito por causa da superioridade técnica de alguns dos seus jogadores. Com o resultado feito ainda antes dos 12’, os “leões” foram baixando perigosamente o seu bloco, mas faltou talento (não vontade) para a equipa da casa dar outra réplica.

Se poderia antecipar-se uma noite mais complicada para os “leões”, uma pequena obra de génio do jovem Nuno Mendes, logo aos 5’, trouxe tranquilidade à equipa de Rúben Amorim. O lateral de 18 anos agarrou uma bola na esquerda, ultrapassou magistralmente três adversários e rematou por entre as pernas do desprotegido guarda-redes Samuel para abrir o marcador.

Os algarvios tinham o adversário estudado, mas não tiveram antídoto para a arte individual. Para o resto da equipa lisboeta foi um lance inspirador e os companheiros de Nuno Mendes quiseram também juntar-se ao jogo bonito, cinco minutos depois. 

Numa brilhante jogada colectiva, que começou nos defesas centrais, com constantes trocas de bola até Vietto, na direita, cruzar tenso para um grande golo de Nuno Santos. O avançado entrou de rompante ao primeiro poste e atirou de cabeça a bola para o fundo das redes. A partida estava apenas nos 11 minutos.

O plano do técnico Paulo Sérgio, por melhor que fosse, estava definitivamente comprometido. Não porque a sua equipa não o tivesse interpretado correctamente ou estivesse a jogar mal, mas porque tudo parecia correr bem ao adversário. Em contraste com o recente jogo da Liga Europa.

Ainda para mais, o Sporting, a vencer por 0-2, não baixou propriamente os braços. Os lisboetas pressionavam intensamente logo na primeira fase de construção dos algarvios, precipitando o erro.

Paulo Sérgio sentiu-se obrigado a mexer muito antes do intervalo. Aos 20’, fez saltar do banco o avançado Welinton, que rendeu Lucas Tagliapietra. Uma opção acertada, que reduziu algum do pendor ofensivo sportinguista. O brasileiro esteve mesmo perto de marcar, aos 28’, mas preferiu cruzar em vez de rematar.

Foi o mote para o Portimonense arriscar mais e deixar o Sporting com maiores preocupações defensivas, tentando acalmar um encontro que tinha sido frenético na maioria da primeira metade. O mote não se alterou com o intervalo, em especial depois de mais uma oportunidade desperdiçada pelos algarvios na reabertura das hostilidades.

Ao mesmo tempo que as unidades da frente iam evidenciando desgaste - Amorim iria refrescar todo o ataque -, o bloco “leonino” ia recuando no terreno. A pressão do Portimonense, que também foi renovando o ataque, foi-se intensificando, mas as substituições acabaram por acalmar a partida, não surgindo o golo da casa que poderia dar outra emoção ao jogo.

O Sporting é agora, a par do Benfica, a única equipa só com vitórias na Liga, mas tem um jogo ainda em atraso.

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