Jorge Jesus visa políticos por usarem “máscaras” diferentes

Treinador do Benfica esgrime argumentos em defesa do regresso do público aos estádios e acusa autoridades de terem critérios diferentes para o futebol.

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Jorge Jesus aponta o dedo às autoridades que não autorizam o regresso dos adeptos aos estádios de futebol LUSA/JOSE COELHO

O treinador do Benfica, Jorge Jesus, acusou esta sexta-feira “os políticos” de usarem “uma máscara” diferente para o futebol, comparativamente com o que sucede noutros sectores, defendendo o regresso dos espectadores aos estádios.

A finalizar a conferência de imprensa de lançamento da partida deste sábado, frente ao Moreirense, para a qual o Benfica vai convidar 20 sócios para a tribuna presidencial, o técnico disse não saber “qual é a máscara que eles [políticos] põem” para o futebol, “a actividade que melhor soube trabalhar e conviver com o vírus”, afirmando que é preciso “ser realista e ter só uma máscara para a covid-19”.

“Com todo o respeito pela Direcção-Geral da Saúde, não entendo porque não há espectadores no futebol”, não percebendo “essa conversa de as pessoas que estão no futebol serem diferentes das do cinema, do teatro e da festa do Avante”, prosseguiu.

Fiquei todo feliz por haver festa do Avante! Quem consegue ter um controlo da organização, como qualquer clube em Portugal pode fazer? Tivemos agora o exemplo da Supertaça europeia. Não entendo como é que no Estádio da Luz não podem estar 15 ou 20 mil pessoas”, questionou Jorge Jesus.

O antigo treinador do Flamengo considera que “temos de viver com a nova realidade do vírus, ou então vamos todos um ano para casa e ficamos todos malucos”, sugeriu antes de lembrar que no Brasil “daqui a duas semanas já têm 20 mil pessoas dentro do estádio”, concluindo que em Portugal se está “a inventar”.

Possíveis saídas

Antes, Jesus comentou a actualidade do Benfica, nomeadamente o futuro de três jogadores da formação do clube: Rúben Dias, Florentino e Gonçalo Ramos.

Sobre a possibilidade de o defesa-central ser vendido antes do encerramento do mercado de transferências, Jorge Jesus lembrou que foi “habituado ao longo de seis anos a que os melhores fossem contratados”, assumindo que se trata de um jogador “importante”, por ser “um dos titulares da equipa formado no Seixal”. Para além de ser “o único internacional português titular no Benfica”.

Sobre Florentino, Jesus revelou que pediu a Luís Filipe Vieira para não incluir opção de compra no final do empréstimo ao Mónaco, pois acredita que "vai ser uma mais-valia no Benfica” e vai regressar “mais jogador”.

Quanto a Gonçalo Ramos, que nesta época já apontou sete golos em três partidas da II Liga, limitou-se a dizer que “o projecto” é treinar com a equipa principal “durante a semana e, sempre que não for convocado, jogar pela equipa B”, como tem acontecido, sem desvendar se pretende dar mais oportunidades ao avançado.

Certa, para o técnico, na partida de sábado, é a ausência de Taarabt, que “não vai recuperar a tempo”. Incerta é a dupla de médios, contando com “várias soluções para a posição” frente a um Moreirense “organizado”, que “não perdeu nos últimos dois jogos na Luz” e vai apostar “no contragolpe ou numa bola parada” para surpreender.

Jesus reputou ainda de falsas as notícias sobre um confronto com o médio alemão Weigl, assumindo que a ser verdadeira não constituiria problema.

“Estou aqui para assumir as minhas ideias e exigir o compromisso da equipa. Se tiver de bater de frente com algum jogador, bato. Mas não foi o caso”, garantiu.

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