Encontro da Canção de Protesto dedica programação a José Mário Branco

A edição deste ano do Encontro da Canção de Protesto, que abre esta quinta-feira em Grândola, é dedicada a José Mário Branco e à temática do exílio, com espectáculos musicais, exposições e documentários. Sérgio Godinho actuará na sexta-feira.

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Em Mudar de Vida (2007) JORGE MIGUEL GONÇALVES/NFACTOS

Promovido pela Câmara Municipal de Grândola, em parceria com o Observatório da Canção de Protesto, o evento, que começa esta quinta-feira e vai decorrer até domingo, é dedicado a José Mário Branco, contando com a presença de figuras ligadas ao universo da canção de protesto em Portugal. Espectáculos musicais, exposições, documentários dedicados à temática do exílio, colóquios e sessões testemunhais e de canto livre são algumas das iniciativas que compõem o programa do encontro, que abre com a exposição Emigração, exílio da canção de protesto, no Cine Granadeiro, seguindo-se o espectáculo À Margem (de uma certa maneira) O canto do exílio, leituras encenadas da associação artística Andante.

No segundo dia, o parque de feiras e exposições de Grândola recebe um espectáculo de Sérgio Godinho e os Assessores para uma “viagem musical pela profusa carreira do cantor, compositor, escritor, actor de teatro e cinema”, com a recriação de algumas canções que marcaram os discos Os sobreviventes e Pré-Histórias, gravados em 1972 e 1973.

O espectáculo recorda canções de uma altura em que Sérgio Godinho “se encontrava no exílio em França”, à semelhança de José Mário Branco, e “outras, mais ou menos recentes, poeticamente associadas ao conceito do exílio”, segundo os promotores. No sábado, o Cine Granadeiro vai acolher, ao longo do dia, a conferência “José Mário Branco, Arquitecto e Actor de Canções”, a cargo de Manuel Pedro Ferreira, e um conjunto de sessões testemunhais dedicadas ao universo do compositor.

Nas sessões participam Agnès Pellerin, Alexandre Alves Costa, António Branco, Ana Matos Fernandes (Capicua), Carlos Fragateiro, Domingos Morais, Flávio Almada (LBC Soldjah), Francisco Fanhais, Hélder Costa, João Madeira, Luís Cília, Manuel Deniz Silva, Manuel Pedro Ferreira, Mário Vieira de Carvalho, Nuno Santos (Prétu Chullage), Rita Azevedo Gomes, Rui Cidra, Sérgio Godinho e Tino Flores. Durante a noite, no mesmo espaço, decorrerá um espectáculo inédito intitulado “Uma mão cheia de vozes na luta”, com a actuação de membros do Grupo de Acção Cultural (GAC)  Afonso Dias, António Duarte, Carlos Guerreiro, Tino Flores e João Lóio.

O encontro encerra no domingo com o colóquio “Contra as ditaduras erguer a voz e cantar”, com a participação de membros do conselho consultivo do Observatório da Canção de Protesto, entre os quais Adelino Gomes, Ana Matos Fernandes (Capicua), Nuno Santos (Prétu Chullage), João Carlos Callixto, José Fortes, Joaquim Vieira e Manuel Freire. O colóquio, que tem como convidado Alberto Carrillo Linares, vai contar ainda com a presença de Salwa Castelo-Branco, Viriato Teles, Soraia Simões de Andrade e Rui Vieira Nery, seguindo-se a exibição do documentário Les Printemps de L"Exil e a actuação do coro da Casa da Achada Centro Mário Dionísio.

O Observatório da Canção de Protesto (OCP) tem como objectivos o estudo, a salvaguarda e a divulgação do património musical tangível e intangível da canção de protesto produzido durante os séculos XX e XXI, através da realização de iniciativas culturais diversas. A entrada em todas as iniciativas é gratuita mediante reserva antecipada e sujeita a lotação da sala.

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