Histórias do Tour: O ciclismo não é só para profissionais

Até ao final do Tour, o PÚBLICO traz histórias e curiosidades sobre os ciclistas em prova.

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Nicolas Roche ainda ao serviço da Sky Benoit Tessier

Treino, alimentação e bom descanso. Repetir o processo. Todos os dias. Em traços gerais, é esta a vida de um ciclista profissional durante a temporada de competição.

Mas o ciclismo não é só feito de profissionais e os humildes amadores que passeiam de bicicleta também fazem parte da “família”. E há, no pelotão internacional, quem não se esqueça destes ciclistas que não vivem da modalidade. 

É o caso de Nicolas Roche, ciclista da Sunweb. O irlandês já tinha fundado uma distribuidora de produtos e equipamentos de ciclismo, mas, em 2020, vai mais longe: abrir uma loja física. Por que motivo isto faz de Roche alguém preocupado com os ciclistas amadores? Pelo café.

Na mesma loja que abrirá, Roche teve a ideia de criar um café que espera que passe a ser um ponto de paragem para grupos de ciclistas. Uma espécie de Meca dos passeios de bicicleta, situada em Carrigtohill, em Cork, no sul da Irlanda.

É lá que os ciclistas podem parar para um café a meio da actividade física, como reforço de energia, ou mesmo no final, como recarregamento de baterias. Acima de tudo isto, como convívio, que também é disso que se faz o ciclismo amador.

“Queremos ser um ponto de encontro para os ciclistas nos seus passeios. Tendo o café, e abrindo-o sobretudo aos Domingos, esperamos que os grupos [de ciclistas] façam dele um local de paragem no caminho para casa, depois do passeio”, explicou Roche.

A pandemia atrasou os planos de abertura deste espaço, mas a ideia mantém-se de pé. E em andamento. “O coronavírus atrasou o processo, mas já estamos a trabalhar na inauguração”.

Aos 36 anos, Ricolas Roche é um dos mais experientes do pelotão internacional e, por maioria de razão, desta Volta a França. E é, a seguir a Pierre Rolland - e a par de Valverde -, o ciclista que mais vezes completou o Tour (desde 2009, foram já dez edições completas). 

Filho de Stephen Roche, vencedor do Tour em 1987, Nicolas não teve um grande momento, como teve o pai, mas já foi o foco das objectivas várias vezes, com vitórias e top-10 finais em edições da Vuelta. Mais do que ter os seus grandes momentos, participou, sobretudo, como domestique para que outros tivessem os deles.

Agora, sem muito mais por que lutar no ciclismo, vai cumprir o sonho de criança - antes de abraçar o ciclismo, dizia querer gerir um hotel ou um restaurante. Já lá chegou.

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