A revolução dos SillySeason continua no próximo episódio

Fora de Campo é uma peça de teatro cruzada com uma série televisiva e que parte da leitura de Casa de Bonecas, de Ibsen. Em estreia no Teatro Taborda, segue em Novembro para o Funchal, e tem a mira apontada às convenções.

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Alípio Padilha

Está um calor absurdo. É Verão, estamos numa sala de ensaios do Teatro Taborda, em Lisboa, com sete actores em cena, mais uma equipa de filmagens responsável pela rodagem de Fora de Campo. Diante dos espectadores, três décors (biblioteca, casa de banho e floresta) de uma fictícia série televisiva que disputará a atenção com a representação teatral. Está um calor absurdo porque há muita gente a respirar junta numa mesma sala (mesmo respeitando as regras covid-19), o sol lá fora está convencido de que ainda é Agosto e o texto dos SillySeason assim o diz – as personagens, aliás, farão questão de lembrar-nos disso mesmo ao longo do espectáculo. E, na verdade, o calor que se sente pode já ser sugestionado pelo texto. Até porque, e essa é uma das premissas de Fora de Campo, o espectador estará a ser deliberadamente manipulado desde o início. O calor que se sente é, afinal, também imposto pelas palavras. E é também responsável, dizem os SillySeason, pela forma como a narrativa vai derretendo.

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