Open dos EUA cada vez mais indefinido nas mulheres

Karolina Pliskova e Garbiñe Muguruza já deixaram a competição.

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Tsevatna Pironkova LUSA/JASON SZENES

Chegar às meias-finais em Wimbledon, conquistar um título no WTA Tour e ocupar o 31.º posto do ranking são marcas de que qualquer jogadora se pode orgulhar. Mas não é por estes feitos que Tsvetana Pironkova é conhecida. A tenista búlgara, que se ausentou da competição em 2017 para ser mãe, é mais conhecida por derrotar grandes jogadoras nos grandes eventos. Nesta quinta-feira, reforçou a sua reputação de tomba-gigantes ao eliminar do Open dos EUA a espanhola Garbiñe Muguruza, detentora de dois títulos do Grand Slam.

“Quando se é mãe, não deixamos de saber de jogar, como que por magia”, lembrou Pironkova. “Claro que esta vitória significa muito, mas, ao mesmo tempo, sempre soube que tinha esta capacidade, porque não é a primeira vez que derroto uma jogadora do top. Estou no circuito há 15 anos e já defrontei muitas vezes as melhores jogadoras. Estava mentalmente preparada e ao mesmo tempo, sentia-me bem, a mexer-me bem, a bater na bola bem, então, porque não ganhar?”, questionou a búlgara de 32 anos, depois de celebrar com um punho cerrado, sem grande alarido, a vitória sobre Muguruza (16.ª), por 7-5, 6-3.

Pironkova, que já conta com 22 vitórias sobre adversárias do top-20, foi mãe, em Abril de 2018 e escolheu o Open dos EUA para voltar à competição. “Estava muito entusiasmada e motivada”, confessou Pironkova, conformada com as regras de segurança que obrigaram o marido e o pequeno Alexander a ficar em casa.

Na quarta-feira, o quadro feminino já tinha ficado sem seis cabeças de série, incluindo a número um, Karolina Pliskova (3.ª). A checa, terceira no ranking mundial, confirmou que é a melhor tenista do mundo que ainda não ganhou um Grand Slam, ao ser afastada na segunda ronda, por Caroline Garcia (50.ª): 6-1, 7-6 (7/2).

Finalista aqui em 2016, Pliskova nunca mais confirmou a sua apetência por estes hardcourts. Nestas duas semanas, no conjunto do Western & Southern Open e US Open, ganhou somente um dos três encontros que realizou nos courts do Billie Jean King Tennis Center.

Naomi Osaka foi a mais cotada a ultrapassar a segunda ronda, mas o destaque vai para cinco norte-americanas que, apesar de não terem o público compatriota a apoiá-las, estão a aproveitar bem o factor casa: Jennifer Brady (41.ª), Jessica Pegula (63.ª), Madison Brengle (84.ª), Shelby Rogers (93.ª) e Ann Li (128.ª).

No início da jornada de quinta-feira, juntou-se-lhes a campeã em Janeiro no Open da Austrália e agora a mais cotada em prova, Sofia Kenin (4.ª), e Amanda Anisimova (28.ª). E a armada feminina dos EUA ameaçava ser reforçada ao longo do dia.

No sector masculino, o único representante dos EUA na parte superior do quadro é Taylor Fritz (25.º), um dos raros tenistas a sentir-se bem na “bolha”, ou seja, limitado a deslocar-se unicamente entre hotel e o complexo tenístico. “Relaxar, videojogos, séries de TV, deitar-me na cama. Não é muito diferente do que habitualmente faço. A ‘bolha’ favorece o meu lado introvertido”, explicou, após afastar Gilles Simon (52.º), por 7-5, 6-3 e 6-2. Fritz, autor do mais rápido serviço no torneio até ao momento (225km/h), tem agora como adversário na terceira ronda Denis Shapovalov (17.º).

No Arthur Ashe Stadium, Novak Djokovic perdeu o set inicial para Kyle Edmund (44.º), mas prevaleceu ao fim de três horas e 13 minutos: 5-7 (5/7), 6-3, 6-4 e 6-2. A seguir, reencontra o alemão Jan Lennard Struff (29.º), a quem na semana passada, nestes mesmos courts, não cedeu mais do que quatro jogos.

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