Hospital Pedro Hispano vai ter nova ala de pediatria em Outubro

Orçada em cerca de 160 mil euros o novo espaço estará a funcionar em pleno no início de Outubro. As urgências pediátricas continuarão a ser asseguradas pelo Hospital de São João.

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O Hospital está também a fazer obras no acesso principal, que se faz por uma subida muito íngreme MANUEL ROBERTO / PòBLICO

Começou por ser provisório, mas passou a definitivo. A partir de Outubro o Hospital Pedro Hispano (HPH) vai ter uma nova área para a Pediatria. Com o início da pandemia o serviço foi deslocado para outra ala onde permanecerá definitivamente após terminados os trabalhos de requalificação a decorrer desde há algumas semanas. A Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM) terá uma nova área para o atendimento de crianças, que continuará a não dispor de serviço de urgência - encerrado há cerca de uma década.

Antes da pandemia, o serviço funcionava em espaço contíguo ao das urgências. Por força da covid-19 foi necessário duplicar o circuito de entrada de utentes nesta zona reservada a casos de emergência. As urgências cresceram para a zona onde funcionava o serviço de Pediatria, obrigando à sua deslocação para parte da ala onde funciona a unidade de Medicina Física e Reabilitação, com o qual passou a dividir o espaço.

Desta forma, diz o presidente do conselho administrativo da ULSM, garante-se um serviço de urgências mais responsivo e “preparado” para receber uma eventual nova subida de casos de emergência por covid-19 ou para outras situações excepcionais. Assegura ainda António Taveira Gomes que, salvo algumas excepções, “será caso raro ver crianças a circular” noutras áreas das instalações. Só acontecerá quando for necessário algum exame específico, que obrigue à transferência para outro sector.

Porém, garante, o novo espaço com entrada directa feita pelo exterior, estará equipado de forma a evitar o máximo de contacto possível com outros circuitos dentro do hospital. Para começar a funcionar em pleno, “sem prejuízo” para o serviço com o qual passou a dividir espaço, investiu-se cerca de 160 mil euros. Em dois meses a obra estará concluída.

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Paulo Ricca

Urgências continuam a ser no São João

Mas nesta transferência tudo fica na mesma relativamente aos serviços de urgência para o grupo de utentes infanto-juvenis – o serviço continuará a ser garantido pela Urgência Pediátrica Integrada do Porto. O Pedro Hispano já teve urgências pediátricas, mas há cerca de uma década deixou de ter e como noutros concelhos do Grande Porto passou a recorrer ao São João, onde está centralizado o serviço.

António Taveira Gomes sabe que esta questão gera descontentamento nalguns munícipes que reclamam para Matosinhos uma unidade que lhes permita não terem de se deslocar ao Porto. Porém, sublinha reconhecer nesta matéria a eficácia do São João, para onde se desloca por turnos uma equipa de pediatras do Pedro Hispano no apoio ao serviço - o que há pouco mais de dois anos deu origem a uma demonstração de insatisfação por parte dos médicos de Pediatria do HPH, por entenderem não existir recursos suficientes para dar resposta.

No final de 2017, os pediatras da ULSM subscreveram um abaixo-assinado que reclamava por melhor condições do serviço, nomeadamente ao nível do número de recursos humanos disponíveis. Adianta o o presidente do conselho administrativo da unidade local de saúde que essa questão está sanada. Depois disso já entraram quatro novos médicos – hoje há no total 39 pediatras, sendo que 11 são da especialidade de Neonatologia.

Também em obras está a o acesso ao hospital. Construído numa zona elevada, os utentes até chegarem às várias entradas são obrigados a subir uma rampa de inclinação acentuada. De há uns anos para cá, para contornar esse esforço, o hospital disponibilizou um tuk-tuk para transportar os utentes desde a entrada da zona exterior até às entradas para o interior do edifício. “Antes do final do ano”, a obra de rebaixamento orçada em 350 mil euros, com comparticipação camarária de 50 mil euros, estará concluída. Porém, Taveira Gomes admite ser possível que esta empreitada “não resolva tudo”: “Poderá não ser incompatível com a obra que o tuk-tuk continue a funcionar”.

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