Morreu Chadwick Boseman, estrela de Black Panther

Actor norte-americano sofria cancro do cólon. Ficará celebrizado principalmente pelo papel de rei T’Challa, em Black Panther. Morreu aos 43 anos.

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Chegou a ser Jackie Robinson e James Brown nas telas de cinema, dois símbolos afro-americanos. Mas isso foi antes de ter o grande papel da sua carreira em Black Panther. Chadick Boseman morreu na sexta-feira, vítima de cancro, aos 43 anos, informou o seu representante. Este filme foi um sucesso de bilheteira, mas não só. Carrega, como escrevia o PÚBLICO na altura, “a revolução no nome” e o actor teve nele, como recorda também num texto a agência Reuters, um desempenho “memorável”.

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Chegou a ser Jackie Robinson e James Brown nas telas de cinema, dois símbolos afro-americanos. Mas isso foi antes de ter o grande papel da sua carreira em Black Panther. Chadick Boseman morreu na sexta-feira, vítima de cancro, aos 43 anos, informou o seu representante. Este filme foi um sucesso de bilheteira, mas não só. Carrega, como escrevia o PÚBLICO na altura, “a revolução no nome” e o actor teve nele, como recorda também num texto a agência Reuters, um desempenho “memorável”.

Boseman, que não falara publicamente sobre a doença, morreu em casa, na zona de Los Angeles, Estados Unidos, na companhia da mulher e da família. Foi diagnosticado com cancro de cólon há quatro anos, adiantou a família em comunicado. 

“Um verdadeiro lutador, Chadwick perseverou em tudo e trouxe-vos muitos dos filmes que amaram tanto”, escreveu a família, para acrescentar: “De Marshall - Igualdade e Justiça a Da 5 Bloods - Irmãos de Armas’, Ma Rainey's Black Bottom de August Wilson e vários outros, todos foram filmados durante e entre inúmeras cirurgias e quimioterapia. Foi a honra de sua carreira dar vida ao Rei T'Challa em Pantera Negra”.

A agência Reuters fala mesmo no “papel mais memorável” do actor, como rei T'Challa, e lembra ainda que Black Panther foi um sucesso de bilheteira, tendo sido nomeado para vários Óscares, incluindo o de melhor filme. Ganhou três: o de melhor banda-sonora, melhor figurino e melhor design de produção.

Em Fevereiro de 2018, o PÚBLICO escrevia que "Black Panther carrega a revolução no nome. O herói de fato coleante e garras ao pescoço é o primeiro super-herói negro. Símbolo de negritude próspera, é também sinónimo involuntário do emblemático partido de luta pelos direitos civis dos negros nos EUA”. E acrescentava: “Mas o Black Panther de hoje é orgulhosamente negro e esperançosamente revolucionário, mesmo dentro de um formato conservador como um filme Marvel.”

Como recorda também a agência Reuters, Boseman teve ainda outros papéis, nos quais interpretou figuras reais famosas por quebrarem barreiras sociais, como, por exemplo, o cantor James Brown em Get on Up, ou Thurgood Marshall (o primeiro juiz negro do Supremo Tribunal dos Estados Unidos), em Marshall.

Nascido na Carolina do Sul, Boseman começou por ter pequenos papéis na televisão. O seu retrato da estrela de basebol Jackie Robinson, que quebrou barreiras raciais naquele desporto, ao lado de Harrison Ford em 42 - A História de uma lenda (2013), chamou a atenção em Hollywood. Boseman morreu no dia em que a Liga Principal de Basebol comemorou precisamente o dia de Jackie Robinson.

Tal como nos papéis que desempenhou na tela, Boseman também participou na luta anti-racista que, nos últimos tempos, tem vindo a estar no centro da discussão nos Estados Unidos. Em Junho, como lembra a Reuters, e no contexto da consternação provocada pela morte do afro-americano George Floyd, às mãos da polícia, cuja brutalidade desencadeou protestos anti-racismo nos Estados Unidos e por todo o mundo, Boseman foi um dos mais de 300 actores negros e realizadores que assinaram uma carta aberta pedindo que Hollywood se afastasse do entretenimento que glorifica a violência policial e a corrupção e apostasse, antes, em conteúdos anti-racistas. 

“Nós nunca sabemos por que estão a passar as pessoas”, escreveu Bernice King, filha do activista Martin Luther King Jr. no Twitter, lamentando a morte do actor. “Obrigada, Chadwick, por nos presenteares com a tua grandeza no meio de uma dolorosa luta”, acrescentou. É apenas uma das muitas homenagens que circulam nas redes sociais.