Pescadores “preocupados” com estado dos portos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde

Os dois portos servem uma das maiores comunidades piscatórias do país mas carecem de mais investimento, notam os armadores.

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Pescadores contestam obra municipal no Porto da Póvoa de Varzim Paulo Pimenta

A Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar (APMSHM) manifestou esta segunda-feira “grande preocupação” com o estado das barras e das bacias de circulação de embarcações dos portos de pesca da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, que servem uma das maiores comunidades piscatórias do país. 

O alerta surgiu na sequência de uma reunião entre armadores das duas cidades e a APMSHM, na qual os pescadores apelaram a uma acção das entidades competentes por estas infra-estruturas portuárias para resolver “problemas perigosos”. 

No caso do porto da Póvoa de Varzim, a associação referiu-se à construção de uma plataforma, no meio da bacia, que servirá de suporte à nova marina na cidade, numa obra que está a ser promovida pela Câmara Municipal poveira. “Esta associação chamou a atenção da Câmara Municipal de Póvoa de Varzim, há cerca de um ano, para o problema em que estavam a colocar o porto de pesca. Também recentemente chamamos, mais uma vez, a atenção da Docapesca para esta situação, a qual nos informou que iria tentar resolver o problema com a Câmara Municipal de Póvoa de Varzim. Os pescadores sentem-se lesados”, pode ler-se num comunicado da APMSHM.

No mesmo texto, a associação refere também “problemas do porto de acostagem na parte norte de Vila do Conde e dos equipamentos de elevação dos estaleiros e trilhos da respectiva plataforma degradados e com sério risco de acidente”. “Estas informações foram fornecidas directamente à entidade responsável, que é a Docapesca, que teima em não lhes dar a devida atenção. São problemas que urgem resolver”, alerta a Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar.

Os pescadores da região há muito reclamam mais investimento nos dois portos, cujas insuficiências vêm sendo disfarçadas, há muito, pelo recurso a outras infra-estruturas portuárias do norte e centro do país por parte da numerosa frota da pesca artesanal - cerco e polivalente - sediada nestes dois concelhos. O porto da Póvoa de Varzim tem problemas recorrentes de assoreamento, que, em muitos dias do ano, limitam a sua navegabilidade, por razões de segurança, e há muito que a APMSHM e outras associações de armadores se queixam da insuficiência das dragagens contratadas pelo Estado. 

Em Vila do Conde, situam-se alguns dos mais importantes estaleiros que servem a frota da pesca artesanal portuguesa. Os equipamentos de apoio, como os de elevação, são explorados pela Docapesca, mas as queixas de falta de manutenção sucedem-se e os pescadores já foram afectados por avarias, que impedem o trabalho de reparações, ou o regresso ao mar, durante vários dias. 

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