Oliveira, o “Einstein do paddock”, quer manter a consistência

Piloto da Tech3 chegou a Portugal com objectivos ambiciosos. E explicou o que esteve na base do triunfo em Spielberg.

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LUSA/CHRISTIAN BRUNA

Quem assistiu aos festejos de Miguel Oliveira logo depois do triunfo no Grande Prémio da Estíria, o primeiro da sua carreira no MotoGP, poderá ter-se interrogado sobre a insistência do piloto português em colocar a língua de fora. Nesta segunda-feira, à chegada a Portugal, Oliveira explicou o que está por trás do gesto: “Já me chamaram de Einstein no paddock e achei engraçado fazer esse paralelismo”.

É um nome que está nas bocas do mundo do desporto motorizado. A dupla ultrapassagem que fez na última curva do circuito de Spielberg, e que o lançou para o primeiro triunfo da Tech3 na categoria-rainha, elevou a aura de Miguel Oliveira e fez incidir, ainda mais, sobre ele os holofotes.

Depois de um apelo aos fãs e apoiantes para que não se reunissem no aeroporto à sua espera, o piloto de Almada demorou-se numa conferência em abordou vários temas. Incluindo o tal momento da celebração. “Sempre fui conhecido por ser uma pessoa que é bastante cautelosa, não sou um piloto que guia apenas com o coração, tenho sempre muito raciocínio, talvez venha daí essa alcunha. Acho que me assentou bem, não sei”, vincou, entre risos.

Sobre a corrida austríaca, Miguel Oliveira procurou resumir da melhor forma o segredo do êxito. “Foi uma combinação incrível de factores. Em primeiro lugar, a troca de pneus. Quando saí a primeira vez, saí com pneu duro, mas olhei para o céu e vi tantas nuvens, pensei que ia ficar mais frio, e quando cheguei à grelha pedi para trocarem o pneu da frente”, começou por explicar. “No início da corrida disse mal da minha vida, mas a partir de meio estava já num bom ritmo para chegar ao top-5 e acontece a bandeira vermelha. Tivemos a oportunidade de trocar para o que eu disse que não queria no início da corrida e isso mudou completamente. Depois o arranque foi óptimo, fiz uma excelente primeira curva e o resto é história.”

Consciente de que as expectativas em relação ao resto da temporada subiram de tom, especialmente depois de os dados terem sido lançados novamente com a paragem de Marc Márquez, Oliveira encara as exigências com naturalidade. “Ser campeão do mundo é um sonho, mas até é mais um objectivo. Continuando nesta linha de pódios e vitórias, é possível”, assume, sem virar a cara à luta.

“O acumular de pontos no final do campeonato é que conta. Estamos a viver uma situação distinta das temporadas anteriores, temos rondas de corridas seguidas e é tudo muito imprevisível. O importante para alcançar qualquer título é manter a consistência”, reforçou. E isso passa por evitar infortúnios como o de há duas semanas.

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