Ministério diz que Ana Mendes Godinho foi “descontextualizada de forma grave” sobre lares

Declarações ao Expresso sobre surtos em lares motivaram pedido de demissão por parte do CDS. Ministério desmente título da entrevista.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social emitiu, ao início da noite deste sábado, uma nota informativa onde garante que a ministra Ana Mendes Godinho foi “descontextualizada de forma grave”. Este comunicado tem por base uma entrevista concedida pela governante ao Expresso, publicada na edição deste sábado, na qual Ana Mendes Godinho afirmou que a “dimensão dos surtos nos lares não é demasiado grande”.

“Tivemos 365 surtos [em Abril] e temos 69 agora! Claramente, temos menos incidência. Temos 3% do total dos lares e temos 0,5% das pessoas internadas em lares que estão afectadas pela doença! A dimensão não é demasiado grande em termos de proporção. Mas, claro, que isto não significa que não devamos estar preocupados e mobilizados para reforçar a guarda”, terá sido a resposta dada por Ana Mendes Godinho, aponta o Ministério, quando questionada se o período mais crítico da pandemia já tinha passado nos lares.

No mesmo comunicado, é dito que alegada subversão do contexto da frase é um “acto grave e que, como tal, deve ser desmentido”.

Direita critica minista

Para o CDS, as declarações da ministra ao Expresso são de uma “negligência arrepiante” e por isso os centristas pedem “que se mantenha em férias e dê lugar a outro”.

“Para além de exporem a sua total inabilidade para o cargo e espelharem uma negligência arrepiante, as suas afirmações parecem retiradas de um filme de terror. Portugal não tem uma ministra da Solidariedade Social. Tem uma Ministra da Insensibilidade Social”, escreve o presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, em comunicado à comunicação social.

Por seu lado, o PSD, em comunicado, anuncia que vai chamar a ministra com carácter de urgência, à Assembleia da República, “para explicar o sucedido no Lar de Reguengos de Monsaraz (distrito de Évora) que levou à morte de 18 idosos, por alegada falta de cuidados médicos adequados”.

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