Ilustração

Mariana dá novos contornos ao Porto

Mariana Maia Rocha
Fotogaleria
Mariana Maia Rocha

A paixão de Mariana Maia Rocha pelo desenho remonta-a à sua infância, quando observava o pai, antropógrafo, e o padrinho, arquitecto, a desenhar. Uma das memórias mais nítidas desse tempo leva-a a uma viagem à Madeira, “em que estava sempre com um livro de pintar”, conta ao P3.

“A pintura e a ilustração são uma forma de descontracção”, confessa Mariana, estudante de 20 anos, que, nos últimos anos, tem vindo a aprimorar a técnica e a desenvolver cada vez mais o gosto pelo mundo do desenho. No secundário, a jovem de Arcozelo enveredou pela área das Artes Gráficas e chegou mesmo a estagiar na RTP, onde fez o redesign do programa “Portugal a pé”. A decisão que se seguiu, revela, deveu-se à “preocupação financeira”: no fim do secundário, candidatou-se à licenciatura em Arquitectura na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (UP). Entrou e foi “bem-sucedida”. 

No entanto, um dia, uma professora disse-lhe que “se isto lhe toldasse o brilho, lhe tornasse baço o coração, sabia que o seu caminho não era por aí”. E, apesar de Mariana admitir que gostou muito da experiência de um ano em Arquitectura, que lhe permitiu entrar mais em contacto com o Porto, “os cheiros, os espaços, a poesia da cidade”, tomou “uma das decisões mais difíceis da sua vida”: trocou a Arquitectura pelas Artes Plásticas, na Faculdade de Belas Artes da (UP). 

Aí sentiu-se “livre” e a “liberdade” manifestou-se nos desenhos. Mesmo com a pandemia e a adaptação do ensino prático ao digital, a ilustradora viu os seus desenhos multiplicarem-se. Para além dos desenhos do Porto, que tão bem caracterizam o seu trabalho, a covid-19 obrigou Mariana a desenhar o que lhe parecia mais improvável: a sua casa, as refeições, as pessoas confinadas. Apesar de perdidas algumas oportunidades, a ilustradora considera que o período de confinamento foi positivo “no sentido da independência”.

Agora que as portas do Porto se abrem lentamente, Mariana poderá ir além dos desenhos da quarentena e explorar as ruas da cidade em que estuda — e que têm sido tema recorrente do seu reportório.

Texto editado por Ana Maria Henriques

Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha
Mariana Maia Rocha